Guaidó pede que Alemanha reconheça seu representante no país

Guaidó pede que Alemanha reconheça seu representante no país

Solicitação foi feito em meio a tensões envolvendo expulsão de diplomata

Agência Brasil

Indicado é ex-militar envolvido em tentativa de golpe de Estado contra Maduro

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* Com informações da Deutsche Welle

O líder oposicionista venezuelano, Juan Guaidó, pediu à Alemanha que reconheça Otto Gebauer como embaixador em Berlim do autoproclamado governo interino da Venezuela. O pedido foi feito em meio à tensão diplomática gerada com a expulsão do representante alemão de Caracas.

O Ministério do Exterior alemão confirmou nessa quinta-feira a solicitação feita por Guaidó e afirmou que pretende entrar em contato com Gebauer. O indicado é um ex-militar que esteve envolvido numa tentativa de golpe de Estado contra o antecessor de Nicolás Maduro, Hugo Chávez, em 2002.

Apesar de o governo alemão não reconhecer mais Maduro como presidente legítimo da Venezuela, o indicado pelo governo venezuelano como embaixador em Berlim, Ramon Orlando Maniglia Ferreira, ainda não foi destituído. "No momento, não conduzimos conversas políticas com o embaixador", destacou, no entanto, o  Ministério do Exterior alemão.

Já o embaixador alemão em Caracas, Daniel Kriener, foi expulso do país. O governo de Maduro alegou "recorrentes atos de ingerência em assuntos internos do país" para justificar a decisão. A Alemanha afirmou que a medida não mudara seu apoio a Guaidó.

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O embaixador alemão compareceu na última segunda-feira, junto com outros diplomatas, ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Caracas, para receber o líder da oposição e autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, e apoiá-lo caso houvesse uma tentativa de detê-lo. Reconhecido por mais de 50 nações como presidente interino da Venezuela, Guaidó, de 35 anos, encerrou no Equador uma turnê pela América Latina que incluiu ainda Colômbia, Paraguai, Argentina e Brasil, onde se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro.

No poder desde 2013, Maduro foi reeleito em maio passado em eleições não reconhecida por boa parte da comunidade internacional e que não contaram com a participação da oposição. Em 23 de janeiro, Guaidó recorreu à Constituição venezuelana para argumentar que, como chefe do Parlamento, tem autoridade para se autodeclarar presidente interino ao considerar que Maduro está "usurpando" a Presidência.

A Alemanha anunciou reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela no início de fevereiro, junto com vários países europeus - entre eles a França, Espanha e o Reino Unido. Os governos europeus encarregaram o líder da oposição de convocar novas eleições presidenciais credíveis.


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