Homem que decapitou professor na França gritou "Alá é grande" antes de ser morto

Homem que decapitou professor na França gritou "Alá é grande" antes de ser morto

Vítima tinha apresentado uma caricatura do profeta durante uma aula sobre liberdade de expressão

AFP

A Polícia da cidade de Conflans Saint-Honorine foi alertada sobre crime

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O homem que decapitou, nesta sexta-feira, um professor de história perto de Paris gritou "Alá é grande" antes de ser morto pela polícia, informou à AFP uma fonte da investigação. Segundo uma fonte policial, o professor tinha mostrado pouco antes caricaturas do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão.

A vítima foi decapitada no meio da rua, perto da escola onde trabalhava, em Conflans-Sainte-Honorine, uma pequena cidade de 35 mil habitantes a 50 quilômetros de Paris, por volta das 17h locais (12h no horário de Brasília). A Procuradoria Nacional Antiterrorista abriu uma investigação por "assassinato em conexão com uma empreitada terrorista" e "associação criminosa terrorista".

A Polícia da cidade de Conflans Saint-Honorine, a cerca de 50 km ao Noroeste de Paris, foi alertada sobre a presença de um indivíduo suspeito que rondava uma escola, disse a Procuradoria. Ao chegar, a Polícia encontrou a vítima decapitada a 200 metros da escola. Ao tentaram prender o homem que segurava uma faca, ele os ameaçou, o que levou os policiais a dispararem contra o criminoso.

A polícia estabeleceu um perímetro de segurança e o serviço de desminagem foi chamado por suspeita de que o homem estivesse usando um colete explosivo.

O ministro do Interior, Gérald Darmanin, que estava no Marrocos, decidiu voltar a Paris imediatamente e determinou a criação de uma unidade de crise. O presidente francês, Emmanuel Macron, está a caminho do local do ataque, de acordo com a Presidência.

O assassinato ocorre três semanas após um ataque a faca na capital francesa perto da antiga sede da revista Charlie Hebdo, que publicou essas charges.

Em pleno julgamento do caso Charlie Hebdo

O crime gerou uma onda de indignação entre as autoridades. "É a República que está sob ataque", reagiu o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer. Na Assembleia Nacional, os deputados se levantaram para "saudar a memória" do professor e denunciar o "abominável ataque".

Há apenas três semanas, duas pessoas ficaram feridas após um ataque realizado com um facão por um paquistanês de 25 anos próximo às antigas instalações do semanário satírico Charlie Hebdo. O autor do atentado disse aos investigadores que queria vingar a republicação das charges de Maomé pelo Charlie Hebdo no início de setembro.

Foi com a mesma justificativa que a revista foi atacada em janeiro de 2015 por dois jihadistas, que fizeram um massacre, matando grande parte dos membros da redação, incluindo alguns dos mais famosos cartunistas da França.

Sob o título "Tout ça pour ça" ('Tudo isso por isso', em tradução livre), o Charlie Hebdo voltou a republicar os desenhos na ocasião do julgamento dos atentados de 2015, que estão em andamento em Paris. Em resposta, milhares de manifestantes protestaram em várias cidades do Paquistão contra a revista e a França.

A Al Qaeda também havia ameaçado atacar de novo a redação do Charlie Hebdo, que após os ataques de 2015 se mudou e mantém seu novo endereço em segredo.Desde a onda sem precedentes de atentados jihadistas que começou em 2015 na França e causou a morte de 258 pessoas, vários ataques foram perpetrados em todo o país.

 


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