Irã assegura que negociações sobre acordo nuclear serão retomadas em breve

Irã assegura que negociações sobre acordo nuclear serão retomadas em breve

Hossein Amir Abdollahian denunciou as "mensagens contraditórias" dos EUA em relação ao seu retorno ao acordo internacional alcançado em 2015

AFP

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As negociações sobre o programa nuclear iraniano em Viena "serão retomadas muito em breve", garantiu nesta sexta-feira o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, que denunciou as "mensagens contraditórias" dos Estados Unidos em relação ao seu retorno ao acordo internacional alcançado em 2015.

As conversas, negociadas pelos europeus, visam o retorno dos Estados Unidos ao acordo de 2015, bem como o retorno do Irã ao seu cumprimento integral.

"Atualmente estamos revisando os arquivos das negociações de Viena e, em breve, as negociações do Irã" com os demais países que permaneceram no acordo (Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) "serão retomadas", afirmou durante uma coletiva de imprensa em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU. "Percebemos um tipo de negociação construtiva que levará a resultados tangíveis e verificáveis na política externa do novo governo do Irã", disse.

Quando questionado sobre o que Amir Abdollahian quis dizer com "muito em breve", um alto funcionário iraniano respondeu, sob condição de anonimato, que "pode significar alguns dias, pode significar algumas semanas". "Assim que terminarmos o processo de revisão, voltaremos sem perder tempo à mesa de negociações", disse o funcionário.

As nações europeias estão tentando reviver o acordo, conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto, do qual o então presidente americano Donald Trump tirou os Estados Unidos em 2018. O então presidente restabeleceu as sanções contra o Irã que Washington havia levantado como parte do acordo. Em resposta, Teerã deixou de honrar muitos de seus compromissos.

O sucessor de Trump, Joe Biden, disse que deseja voltar ao acordo, mas seu governo expressou impaciência com as negociações paralisadas. "Continuamos a receber mensagens diplomáticas contraditórias da Casa Branca", comentou Amir Abdollahian. "Nos últimos meses, não vimos um pingo de ação positiva do governo dos Estados Unidos."


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