Itália exige da ONU respostas sobre morte de embaixador na RDC

Itália exige da ONU respostas sobre morte de embaixador na RDC

Embaixador Luca Attanasio, de 43 anos, foi baleado quando o comboio do PMA, no qual ele viajava, sofreu uma emboscada

AFP

publicidade

A Itália pediu à ONU a abertura de uma investigação e "respostas claras" após a morte de seu embaixador na República Democrática do Congo (RDC) em um ataque contra um comboio do Programa Mundial de Alimentos (PMA) - afirmou o chefe da diplomacia italiana nesta quarta-feira (24).

"Pedimos formalmente ao PMA e à ONU a abertura de uma investigação para esclarecer o que aconteceu, as razões que justificam o dispositivo de segurança aplicado e quem foi responsável por estas decisões", afirmou o ministro Luigi Di Maio aos deputados italianos. "Explicamos que esperamos, o mais rápido possível, respostas claras e exaustivas", completou.

O embaixador Luca Attanasio, de 43 anos, foi baleado quando o comboio do PMA, no qual ele viajava, sofreu uma emboscada na província oriental de Kivu do Norte, perto da fronteira com Ruanda. Também foram mortos seu segurança italiano, o carabineiro Vittorio Iacovacci, e um motorista congolês do PMA, Mustafá Milambo.

O Kivu do Norte é considerado uma das áreas mais perigosas da RDC, na orla do Parque Nacional de Virunga. De acordo com autoridades humanitárias, porém, a rota em que o comboio estava viajando não exigia escolta. "Esperamos que a agência nos forneça um relatório exaustivo sobre tudo que esteja relacionado com o programa da visita e as medidas de segurança tomadas para proteger a delegação", frisou Di Maio.

Embora o embaixador pudesse decidir por si mesmo como viajar pelo país, a organização da viagem ao leste da RDC era de responsabilidade total do PMA. "A missão se deu a convite das Nações Unidas. Por isso, a viagem de carro também foi realizada no âmbito da organização prevista pelo PMA", disse o ministro.

O chanceler italiano ressaltou que a Procuradoria de Roma abriu uma investigação e enviou uma equipe de investigação de uma força especial de carabineiros, a ROS. "Pelo que sei, outras equipes se seguirão", completou Di Maio.

Os corpos do diplomata e do jovem carabineiro chegaram a Roma na noite de terça-feira a bordo de um avião militar, um Boeing 767, em caixões envoltos na bandeira italiana. O primeiro-ministro Mario Draghi e Luigi Di Maio foram ao aeroporto de Ciampino receber a viúva do embaixador e suas três filhas.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895