Julgamento de terrorista considerado "principal arquiteto do 11 de setembro" é marcado para 2021

Julgamento de terrorista considerado "principal arquiteto do 11 de setembro" é marcado para 2021

Capturado em 2003 no Paquistão, Khalid Sheikh Mohammed será julgado ao lado de outros quatro homens em Guantánamo

Correio do Povo

Capturado em 2003, ele passou por mais de 180 sessões de simulação de afogamento conduzidas pela CIA

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Depois de anos de espera, o julgamento de Khalid Sheikh Mohammed – capturado no Paquistão em 2003 e considerado o principal mentor dos atentados do 11 de setembro de 2001 – foi marcado. Ele e outros quatro homens acusados ​​de fazerem parte do grupo de terroristas que orquestrou os ataques que mataram 2.976 pessoas em Nova Iorque, Washington e Pensilvânia serão julgados com pena de morte a partir de 11 de janeiro de 2021, na Baía de Guantánamo. Em 2007, o jihadista se vangloriou durante uma audiência: "Eu fui responsável pela operação, de A a Z".

As informações foram divulgadas pelo Centro Pulitzer de Relatórios de Crise. O juiz militar coronel W. Shane Cohen, da Força Aérea, estabeleceu a data como o início da seleção de um júri militar no complexo da corte de guerra na base da Marinha em Cuba, chamado Camp Justice. Promotores pediam desde 2012, quando os cinco homens foram denunciados neste caso, para que o processo no tribunal fosse marcado com urgência.

A demora se dá pela complexidade dos procedimentos legais, com advogados de defesa – uma mistura de advogados civis e militares – arquivando centenas de moções questionando a conduta das autoridades americanas em sua apreensão, detenção e tratamento dos suspeitos, primeiro em locais secretos na Tailândia e na Polônia e, posteriormente, em Guantánamo. As acusações são complicadas pelo reconhecimento do país de que os réus foram submetidos a "técnicas avançadas de interrogatório" após a captura, o que críticos, incluindo o Comitê de Inteligência do Senado, chamaram de "tortura", incluindo waterboarding para simular o afogamento. Mais recentemente, oficiais dos EUA dizem que proibiram o uso de tais métodos de interrogatório.

Os terroristas

Khalid Sheikh Mohammed é um militante islâmico paquistanês mantido pelos Estados Unidos no campo de detenção da Baía de Guantánamo sob acusações relacionadas ao terrorismo. Nomeado como "o principal arquiteto dos ataques do 11 de Setembro" no Relatório da Comissão do 11 de Setembro, ele era membro da organização al-Qaeda de Osama bin Laden, liderando as operações de propaganda entre 1999 e o final de 2001.

Os outros homens detidos em Guantánamo e que serão julgados incluem os iemenitas Walid bin Attash e  Ramzi bin al-Shibh. O primeiro supostamente dirigia um campo de treinamento da Al Qaeda no Afeganistão, onde dois dos 19 sequestradores de avião foram treinados. O último é acusado de ajudar uma célula de sequestradores alemães a encontrar escolas de aviação e a entrar nos EUA.

Completam a lista Ammar al-Baluchi, do Catar, sobrinho de Mohammed, acusado de enviar cerca de 120 mil dólares aos sequestradores para cobrir suas despesas e treinamento de vôo, e o saudita Mustafa Ahmad al-Hawsawi, que supostamente enviou dinheiro, roupas ocidentais, cheques de viagem e cartões de crédito para alguns dos sequestradores. O caminho para um julgamento para os cinco mudou de tribunal militar a tribunal civil e de volta ao tribunal militar em Guantánamo.

Os cinco suspeitos, todos eles detidos em 2002 ou 2003 no Paquistão, foram denunciados em 2008 pela administração do ex-presidente George W. Bush. De lá para cá, foram deversas audiências, mas o presidente Barack Obama suspendeu os procedimentos quando assumiu o cargo. Um alto funcionário do Departamento de Defesa retirou as acusações de terrorismo contra os suspeitos em 2010. Após uma investigação mais aprofundada, eles foram acusados ​​novamente.


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