Líderes latino-americanos celebram vitória de Arce na Bolívia
Enquanto a contagem oficial avança lentamente, até mesmo seu adversário, Carlos Mesa, reconheceu sua derrota
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Governos latino-americanos e representantes de organizações internacionais parabenizaram nesta segunda-feira Luis Arce pela vitória obtida segundo pesquisas privadas na eleição presidencial realizada domingo na Bolívia. Ele é o candidato do Movimento ao Socialismo (MAS), partido comandado pelo ex-presidente Evo Morales.
Enquanto a contagem oficial avança lentamente, as saudações a Arce se multiplicam. Até o ex-presidente Carlos Mesa, candidato centrista que estava forte na disputa, reconheceu sua derrota no primeiro turno.
Líderes de esquerda e apoiadores do ex-presidente Morales foram os primeiros a comemorar. Entre elas, as autoridades da Argentina, onde o político está refugiado desde o ano passado quando renunciou em meio a denúncias de fraude eleitoral.
O presidente Alberto Fernández publicou uma mensagem nas redes sociais: "A vitória de @BOmereceMAS na Bolívia não é apenas uma boa notícia para aqueles de nós que defendemos a democracia na América Latina, é também um ato de justiça diante das agressões sofridas pelo povo boliviano. Parabéns, @LuchoXBolivia!", escreveu o presidente, que depois postou uma foto com Morales.
La victoria del @BOmereceMAS en Bolivia no solo es una buena noticia para quienes defendemos la democracia en América Latina; es, además, un acto de justicia ante la agresión que sufrió el pueblo boliviano.
— Alberto Fernández (@alferdez) October 19, 2020
¡Felicitaciones, @LuchoXBolivia! pic.twitter.com/jBt8YMyT2Z
A vice-presidente argentina Cristina Kirchner também se manifestou no Twitter: "Parabéns a Lucho Arce e David Choquehuanca que, junto com Evo, construíram uma grande vitória popular na Bolívia".
Buen lunes para todos y todas. Felicitaciones a Lucho Arce y David Choquehuanca que, junto a Evo, construyeron en Bolivia un gran triunfo popular. La Patria Grande feliz. pic.twitter.com/29PVIwbExp
— Cristina Kirchner (@CFKArgentina) October 19, 2020
Antes mesmo de assumir o cargo, Fernández facilitou no ano passado a saída de Morales da Bolívia para o México, onde pediu asilo inicialmente, antes do novo presidente oferecer ao boliviano refúgio após sua posse em dezembro de 2019.
O governo mexicano também saudou a vitória. "Os mais sinceros parabéns do México ao povo boliviano pela extraordinária jornada democrática em que foi eleito Luis Alberto Arce, querido companheiro e amigo de nosso país", disse no Twitter o chanceler Marcelo Ebrard. As relações entre os dois países se deterioraram depois que Jeanine Áñez, que formou um governo de transição de direita, assumiu o poder na Bolívia.
La lección que ha dado el pueblo boliviano en defensa de su autodeterminación y su democracia perdurará en nuestro continente. Bravo por el Estado Plurinacional de Bolivia y su pueblo!!!!
— Marcelo Ebrard C. (@m_ebrard) October 19, 2020
Outro governo a comemorar foi o do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Ele "parabeniza o povo irmão boliviano pelo amplo e íntegro triunfo do Movimento para o Socialismo (MAS)" e Arce "pela contundente vitória nas eleições presidenciais", afirma nota do Ministério de Relações Exteriores.
Maduro ainda celebrou no Twitter: "Grande vitória! O povo boliviano unido e consciente derrotou com votos o golpe de Estado contra nosso irmão Evo".
¡Gran Victoria! El pueblo boliviano unido y consciente derrotó con votos el golpe de Estado que le dieron a nuestro hermano Evo. Felicitaciones al presidente electo Luis Arce, al vicepresidente David Choquehuanca y a nuestro Jefe Indio del Sur @evoespueblo. ¡Jallalla Bolivia! pic.twitter.com/nZgOJs57hL
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) October 19, 2020
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, foi na mesma linha, ao afirmar na rede social que o MAS "recuperou nas urnas o poder que foi usurpado pela oligarquia, com a cumplicidade do #OEA e orientação imperial".
Congratulations to #MAS, which has regained in the polls the power usurped by the oligarchy, in collusion with the #OAS and under the guidance of the empire. #Cuba joins in the celebration of #LuisArce's victory. The Bolivarian ideal is reborn. pic.twitter.com/0iqmnFUF1Y
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) October 19, 2020
Por sua vez, o governo do nicaraguense Daniel Ortega divulgou uma carta em que diz compartilhar "a alegria do povo boliviano, que hoje viu seus sonhos, seus anseios pela paz, democracia, dignidade, liberdade e fraternidade vencerem". Ele cumprimenta o "querido companheiro" Evo Morales e os integrantes da chapa vencedora.
Através de um porta-voz do Departamento de Estado, os EUA também mandaram suas saudações. "Apoiamos o povo boliviano e seu direito de escolher um governo eleito com liberdade e justiça. Estamos aguardando os resultados oficiais, mas o presidente (Donald) Trump e os Estados Unidos esperam trabalhar com quem os bolivianos escolherem", disse.
Martín Vizcarra, presidente do Peru, enviou seus votos de "sucesso" a Arce e expressou a vontade de "continuar fortalecendo" as relações.
"Eleições pacíficas"
Em 2019, uma auditoria da OEA encontrou uma "manipulação maliciosa" nas eleições presidenciais a favor do então presidente Morales que levou à sua anulação.
Nesta segunda-feira, após uma votação sem denúncias, Luis Almagro, secretário-geral da organização, enviou seus cumprimentos ao MAS. "O povo boliviano se manifestou nas urnas. Parabenizamos Luis Arce e David Choquehuanca, desejando sucesso em seus empreendimentos futuros", escreveu no Twitter. "Reconhecimento ao povo boliviano", adicionou.
El pueblo de Bolivia se ha expresado en las urnas. Felicitamos a @LuchoXBolivia y @LaramaDavid deseando éxito en sus labores futuras. Estoy seguro que desde la democracia sabrán forjar un futuro brillante para su país. Un reconocimiento al pueblo boliviano. pic.twitter.com/J3rSl4O7Sf
— Luis Almagro (@Almagro_OEA2015) October 19, 2020
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, ofereceu seus parabéns em comunicado divulgado pelo seu porta-voz, que destacou "a realização de eleições gerais pacíficas e altamente participativas". Ele também encorajou "todos os líderes políticos e sociais a trabalharem juntos com o mesmo compromisso com a democracia, o respeito pelos direitos humanos e a reconciliação nacional para enfrentar os desafios atuais" no país.