Macron convoca G7 para discutir queimadas na Amazônia
Líderes se reúnem a partir de sábado no famoso balneário francês de Biarritz
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O presidente francês Emmanuel Macron convocou nesta quinta o G7, grupo de potências globais composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, para ter uma discussão de emergência sobre as queimadas na Amazônia. "Nossa casa está pegando fogo. Literalmente. A floresta amazônica — o pulmão do planeta que produz 20% do nosso oxigênio — está em chamas. É uma crise internacional. Membros do G7, vamos discutir essa situação emergencial em dois dias", escreveu em seu Twitter o chefe do Palácio dos Eliseus.
Our house is burning. Literally. The Amazon rain forest - the lungs which produces 20% of our planet’s oxygen - is on fire. It is an international crisis. Members of the G7 Summit, let's discuss this emergency first order in two days! #ActForTheAmazon pic.twitter.com/dogOJj9big
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) August 22, 2019
A cúpula do G7 começa no sábado e segue até segunda no famoso balneário francês de Biarritz, um dos destinos prediletos da realeza europeia e mais recentemente dos surfistas. O local terá grande um esquema de segurança para receber os líder de Estado. Atualmente na presidência do grupo, a França anunciou que ações de preservação ao meio ambiente serão uma das prioridades em seu mandato e propôs a assinatura de uma "Carta de delegação responsável" com compromissos específicos. Também foi lançado, em abril, um rótulo de baixo carbono, apoiado pelo Ministério da Transição Ecológica e Solidária e pelo Ministério da Agricultura.
A floresta amazônica, considerada o pulmão do planeta Terra, sofre desde o final de julho com queimadas que podem ser vistas do espaço, segundo fotos do satélite Aqua, divulgadas pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Estados Unidos, (Nasa), nesta quinta. O problema é recorrente, mas o número de focos cresceu 70% até o dia 18 de agosto neste ano, na comparação com o mesmo período de 2018. Os dados são da medição do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Smoke from wildfires in the #AmazonRainforest spreads across several Brazilian states in this natural-color image taken by a @NASAEarth instrument on the Suomi NPP satellite. Although it is fire season in Brazil, the number of fires may be record-setting: https://t.co/NVQrffzntr pic.twitter.com/4JTcBz9C8f
— NASA (@NASA) August 21, 2019
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse em seu perfil pessoal no Twitter que a Casa vai criar uma comissão externa para acompanhar o problema das queimadas que atingem a Amazônia. Além disso, o parlamentar informou que também vai realizar uma comissão geral nos próximos dias para avaliar a situação e propor soluções ao governo.
Nesta quinta-feira, ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que países europeus usam o discurso ambientalista como forma de estabelecer barreiras à produção brasileira. "Nós não podemos ser ingênuos. Os europeus usam questão do meio ambiente por duas razões: a primeira, para confrontar os princípios capitalistas. Porque desde que caiu o Muro de Berlim e fracassou a União Soviética, uma das vertentes para as quais a esquerda europeia migrou foi a questão do meio ambiente. E a outra coisa, para estabelecer barreiras ao crescimento e ao comércio brasileiro de bens e serviços", comentou, após participar de um evento privado.
Bolsonaro sugere ação de ONGs
O presidente Jair Bolsonaro disse nessa quarta-feira que o aumento de queimadas registrado nos últimos dias pode ser resultado de ação criminosa. Para o chefe de Estado, elas podem ser uma reação à suspensão de repasses do governo para organizações não governamentais (ONGs) e a verbas de países para o Fundo Amazônia, projeto de cooperação internacional para preservação da floresta. Os principais doadores do fundo, Alemanha e Noruega, anunciaram a suspensão de seus repasses após a divulgação das taxas de desmatamento na região.