Manifestantes pedem fim do confinamento na Califórnia

Manifestantes pedem fim do confinamento na Califórnia

Manifestações deste tipo foram realizadas em 11 cidades do estado mais populoso dos Estados Unidos

AFP

San Diego foi uma das cidades que teve protesto contra confinamento

publicidade

Com bandeiras, faixas e, em alguns casos, bonés referentes à campanha do presidente Donald Trump, milhares de pessoas protestaram nessa sexta-feira na Califórnia exigindo a revogação da ordem de confinamento, em vigor há seis semanas.

Manifestações deste tipo foram realizadas em 11 cidades do estado mais populoso do país, incluindo a capital, Sacramento, San Francisco, Los Angeles e San Diego. O distanciamento social não foi seguido e poucos usavam máscara.

"Abram a Califórnia, abram a Califórnia!", gritaram manifestantes perto das praias de Huntington Beach, que foram fechadas por ordem do governador Gavin Newsom, depois que, no último fim de semana, ficaram cheias.

As praias dos condados de Los Angeles e San Diego estão fechadas ao público há semanas, ao contrário das do vizinho Orange, que abrange Huntington e Newport Beach, que estavam abertas, atraindo dezenas de milhares de pessoas.

"Todos os trabalhos são essenciais", "A liberdade é essencial", diziam cartazes exibidos por cerca de 700 manifestantes em Huntington Beach, a 55 quilômetros de Los Angeles, observados pela polícia montada.

"O fechamento da praia foi desnecessário. Também estamos dizendo que já é suficiente, temos o direito de trabalhar. É hora de o governador permitir que as pessoas saudáveis possam voltar a seus negócios", disse a manifestante Monica Beilhard.

Este tipo de protesto vem ocorrendo há dias em várias partes dos Estados Unidos, onde mais de 64 mil pessoas foram mortas pela Covid-19. Eles costumam ser liderados por grupos de apoiadores do presidente Trump, que busca a reeleição e se manifestou ansioso para reativar a economia.

"Somos americanos, somos livres"

"O que queremos?", perguntava um manifestante que usava um megafone na manifestação de Los Angeles, realizada em frente à prefeitura e que reuniu centenas de pessoas. "Liberdade!", respondia a multidão.

"Somos americanos, somos livres", disse à AFP Ali Taylor. "Queremos nossos parques e praias abertos, queremos viver com liberdade e ele (Newsom) está nos confinando em casa." "Outros estados estão abrindo, Gavin Newsom tem que seguir essa linha", pediu Devin Burke.

Em Sacramento, a polícia prendeu dezenas de pessoas que se recusaram a desocupar a escada do Capitólio, informou a imprensa local.

Em Nova Iorque e Chicago, também houve protestos hoje, um dia depois que, em Lansing, Michigan, manifestantes armados, alguns com fuzis, entraram no prédio do legislativo para exigir o fim do confinamento.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira que entende a "frustração e preocupação" por trás dos protestos: "Uma ansiedade profundamente compreensível sobre a economia, o destino e o futuro de suas famílias."

Newsom anunciou que, em "dias", fará anúncios sobre as medidas para reduzir o confinamento. "Proteja seus filhos, pais, avós, amigos, vizinhos, pessoas que estão protestando", insistiu.

"Cuide-se, cubra o rosto, respeite a distância física. Você não quer contrair esta doença", que "não distingue se você é um manifestante ou se é um democrata ou republicano", assinalou o governador

A Califórnia registrou 91 mortes nas últimas 24 horas, elevando o total de óbitos para 2.073, dos quase 50,5 mil casos positivos. 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895