Manifestantes tomam as ruas do Paquistão por renúncia do governo

Manifestantes tomam as ruas do Paquistão por renúncia do governo

País paralisou atividades pelo segundo dia de mobilizações contra Khan

AFP

Protestos bloqueiam entradas da cidade pedindo renúncia de primeiro-ministro

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Milhares de islamitas de todo o país se reuniram em Islamabad nesta sexta-feira para pedir a renúncia do governo do primeiro-ministro Imran Khan. As escolas da capital foram fechadas pelo segundo dia consecutivo e importantes engarrafamentos paralisaram a cidade, na qual 17.000 policiais foram mobilizados para controlar os manifestantes.

Embora grandes avenidas e entradas da cidade tenham bloqueadas pelas forças de segurança, milhares de manifestantes obtiveram acesso ao coração de Islamabad e aguardaram as instruções dos líderes religiosos. "Protestamos para que esses líderes incapazes voltem para suas casas. Estamos desempregados e nossas fábricas fecharam", disse à AFP Abu Saeed Khan, de Peshawar, a grande cidade do noroeste do país, localizada a cerca de 200 km de Islamabad.

"Precisamos fazê-los deixar o poder", corroborou Anas Khan, outro manifestante. A manifestação, batizada de "marcha pela liberdade", é chefiada por Fazlur Rehman, líder de um dos grandes partidos islâmicos do país, o Jamiat Ulema-e-Islam (JUI-F).

O religioso, o grande rival do primeiro-ministro Imran Khan, pede sua renúncia e a organização de eleições. Esta é a primeira grande manifestação contra o governo de Imran Khan, que chegou ao poder em 2018 após as eleições que a oposição denunciou como manipulada.

O protesto de Islamabad teve momentos de tensão quando os organizadores se recusaram a permitir que as mulheres participassem da manifestação, o que provocou duras críticas nas redes sociais. Os jornalistas também não foram autorizados a cobrir o protesto. "Parece que na democracia exigida nas ruas, as mulheres não terão lugar", lamentou a defensora dos direitos humanos Marvi Sirmed.


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