Milhares de chilenos lembram vítimas de Pinochet 45 anos após golpe
Marcha pediu justiça para os cerca de 3,2 mil mortos ou desaparecidos na ditadura
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"Seguimos lutando por verdade e justiça", indicava uma das faixas junto às fotografias dos desaparecidos, carregadas pelos familiares das vítimas do regime. Bandeiras vermelhas do Partido Comunista e gritos contra Pinochet também acompanharam a marcha.
A manifestação começou na Alameda, a principal avenida da capital chilena, e pouco mais de duas horas depois chegou ao cemitério, onde ocorreram distúrbios menores que foram controlados pela Polícia chilena. "Não à impunidade!" foi o grito que se repetiu entre a multidão, inflamada pelo acolhimento, em julho passado, por parte do Supremo Tribunal chileno, do pedido de liberdade provisória de sete ex-agentes da ditadura presos por crimes contra a humanidade. Entre eles, está um ex-coronel condenado pela morte de três cidadãos uruguaios.
A isto se soma o fato de o presidente Sebastián Piñera ter outorgado, em abril, um indulto ao ex-coronel René Cardemil, condenado a dez anos de prisão pelo assassinato de seis pessoas. "A campanha de impunidade montada por Sebastián Piñera com alguns juízes do Supremo Tribunal ofende a memória de milhares de chilenas e chilenos assassinados", declarou a presidente da Agrupação de Familiares de Executados Políticos, Alicia Lira, durante a marcha.
Durante a ditadura de Pinochet, cerca de 3.200 pessoas morreram, ou desapareceram, enquanto 38.000 foram torturadas, de acordo com registros oficiais.