Ministério Público italiano ordena desembarque de migrantes do barco Open Arms em Lampedusa

Ministério Público italiano ordena desembarque de migrantes do barco Open Arms em Lampedusa

Decisão foi tomada pelo promotor de Agrigento após uma inspeção da polícia judiciária

AFP e Correio do Povo

Promotor considerou péssimas condições na embarcação

publicidade

O Ministério Público italiano ordenou nesta terça-feira o desembarque de cerca de 90 migrantes a bordo do navio humanitário Open Arms espanhol na ilha siciliana de Lampedusa, anunciaram fontes oficiais. A decisão foi tomada pelo promotor de Agrigento, na Sicília, Luigio Patronaggio, após uma inspeção da polícia judiciária com dois médicos no barco, acrescenta o comunicado.

Embora mais de cem migrantes resgatados no Mediterrâneo estejam presos no navio humanitário há 19 dias, cerca de 15 se jogaram ao mar na tentativa de chegar à ilha, relatou a ONG pelo Twitter. Segundo uma porta-voz da associação, eles foram "resgatados" pela Guarda Costeira italiana e "evacuados para Lampedusa".

O Gabinete do Capitólio do Porto Italiano aplicou a Convenção de Hamburgo de 1979, que impõe uma obrigação precisa de resgatar e ajudar pessoas no mar e o dever de desembarcá-las em um porto seguro. Uma vez no mar, os migrantes devem ser considerados náufragos em todos os aspectos e, portanto, para as autoridades, a obrigação de resgate prevista pelo direito internacional do mar é desencadeada.

Espanha envia navio militar para resgatar migrantes

No início do dia, a Espanha anunciou o envio de um navio militar a Lampedusa para recolher os migrantes a bordo do navio. O barco que partiu às 17h locais, final da tarde na Europa, "navegará por três dias até Lampedusa, onde tomará conta das pessoas recolhidas pelo Open Arms" para levá-los ao porto de Palma de Maiorca, Baleares, afirmou o governo espanhol em um comunicado. Esta solução "resolverá esta semana a emergência humanitária vivida a bordo", acrescentou.

Diante da recusa de Roma em deixá-los desembarcar na ilha, Madri acabou por propor no domingo à embarcação para navegar até Algeciras, no extremo sul da Espanha, o que a ONG considerou "absolutamente irrealizável". O governo espanhol propôs então as Ilhas Baleares, mais próximas mas ainda distantes mil quilômetros de Lampedusa, uma ideia considerada "incompreensível" pela Open Arms por causa dos três dias de mar necessários para chegar ao arquipélago espanhol.

O ministro italiano dos Transportes, Danilo Toninelli, mostrou-se disposto que a Guarda Costeira italiana transporte os migrantes para a Espanha. Mas desde que Madri retire sua bandeira da Open Arms. "A situação a bordo do Open Arms tornou-se insustentável", disse ele, segundo a agência de notícias italiana AGI.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895