Mistério cresce após autópsia em bilionário americano

Mistério cresce após autópsia em bilionário americano

Fraturas encontradas no pescoço após perícia são comuns em homicídios por estrangulamento

AE

Autópsia encontrou fraturas comuns em casos de homicídio por estrangulamento

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A autópsia do bilionário Jeffrey Epstein, de 66 anos, concluída no domingo, constatou que vários ossos do seu pescoço estavam quebrados, entre eles o osso hioide, que nos homens fica perto do pomo de Adão. Esse tipo de fratura pode ocorrer em homens que se enforcam, mas é mais comum em homicídios por estrangulamento, informou nesta quinta-feira, 15, o jornal The Washington Post, que ouviu duas fontes ligadas à investigação. 

A médica chefe responsável pelo exame, Barbara Sampson, escreveu no laudo que a causa da morte está pendente. Questionada sobre as lesões no pescoço, ela divulgou um comunicado dizendo que nenhum fator isolado em uma autópsia pode, por si só, fornecer uma resposta conclusiva sobre o que aconteceu.

"Em todas as investigações forenses, todas as informações devem ser sintetizadas para determinar a causa e o modo da morte. Tudo deve ser consistente; nenhum achado isolado pode ser avaliado em um vácuo", disse Sampson. 

Epstein morreu no sábado, após ter ficado preso por pouco mais de um mês, sob acusação de abuso e tráfico sexual de menores de idade entre 2002 e 2005.

Por ser bem relacionado com políticos e personalidades públicas, entre elas o príncipe Andrew, Duque de York, o presidente Donald Trump e o ex-presidente Bill Clinton, as circunstâncias da morte de Epstein têm suscitado teorias da conspiração. 

O próprio Trump chegou a compartilhar um tuíte que induzia à teoria de que Epstein foi assassinado para que segredos não fossem revelados. Nenhuma personalidade foi acusada até o momento, mas o resultado preliminar da autópsia reforçou a teoria. 

Segundo legistas ouvidos pelo Washington Post, a fratura do osso hioide pode ocorrer em homens que se enforcam, particularmente se forem mais velhos. Porém, essas fraturas são mais comuns em vítimas de homicídio por estrangulamento. Os funcionários do Departamento de Justiça se recusaram a comentar as novas informações da autópsia.

Epstein ficou várias horas sem supervisão porque o guarda pegou no sono. O secretário de Justiça dos EUA, William Barr, chegou a admitir na segunda-feira "sérias irregularidades" no Centro Correcional Metropolitano de Manhattan. O diretor do presídio federal foi transferido. Além dele, dois guardas foram suspensos e ficarão fora de serviço até o fim das investigações, informou o Departamento de Justiça dos EUA. 

Os investigadores solicitarão mais provas para compor as investigações. Isso pode incluir evidências em vídeo dos corredores da prisão, que podem determinar se alguém entrou na cela de Epstein durante a noite em que ele morreu; resultados de uma triagem toxicológica para determinar se havia alguma substância incomum em seu corpo; e entrevistas com guardas e detentos que estavam perto de sua cela. 


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