Morre Reynaldo Bignone, último presidente da ditadura argentina

Morre Reynaldo Bignone, último presidente da ditadura argentina

Militar foi condenado à prisão perpétua por crimes contra Humanidade

AFP

Morre Reynaldo Bignone, último presidente da ditadura argentina

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O ex-hierarca Reynaldo Bignone, último presidente militar da Argentina, morreu nesta quarta-feira, aos 90 anos, informou a imprensa local. Bignone presidiu a Junta Militar entre 1982 e 1983 e foi condenado à prisão perpétua por crimes contra a Humanidade durante a ditadura (1976-1983), que deixou 30.000 desaparecidos, segundo órgãos de defesa dos direitos humanos.

O ex-repressor foi sentenciado junto ao ex-hierarca militar Jorge Rafael Videla, já falecido, por roubo de bebês de mulheres desaparecidas. Em 2016, recebeu uma condenação de 20 anos de prisão por desaparecimento forçado de dezenas de pessoas dentro do chamado Plano Condor, uma coordenação repressiva entre os países do Cone Sul. Seu último processo transcorreu no ano passado, quando somou outra condenação à prisão perpétua pelos mesmos crimes contra a Humanidade cometidos entre 1976 e 1977 no Colégio Militar que estava a seu cargo, onde muitas das vítimas eram soldados que cumpriam o serviço militar, na ocasião obrigatório.

Bignone conseguiu evitar ser julgado no histórico processo contra as Juntas Militares em 1985, mas a derrogação das leis de perdão em 2003 habilitou que fosse submetido a vários processos. Antes de convocar as eleições gerais que abriram o processo democrático que foi inaugurado pelo ex-presidente Raúl Alfonsín em 1983, decretou uma autoanistia pelos crimes da ditadura que não prosperou. Morreu em um hospital militar sob prisão, assim como outro ex-hierarca da ditadura, Luciano Benjamín Menéndez, falecido na semana passada aos 90 anos.

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