Número de mortos por ataques na Faixa de Gaza ultrapassam os 30

Número de mortos por ataques na Faixa de Gaza ultrapassam os 30

Braço armado da Jihad Islâmica anunciou neste domingo que lançou foguetes contra Jerusalém

AFP

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Ao menos 31 pessoas, incluindo seis crianças, morreram na Faixa de Gaza desde o início, na sexta-feira, de uma nova fase de confrontos entre Israel e o grupo Jihad Islâmica, que pela primeira vez desde o início da escalada de violência disparou foguetes contra Jerusalém. O braço armado da Jihad Islâmica anunciou neste domingo que lançou foguetes contra Jerusalém, pouco depois da ativação das sirenes de alerta na cidade

"Há poucos minutos, lançamos foguetes contra Jerusalém", anunciaram as brigadas Al-Qods em um comunicado. Como acontece com 97% dos projéteis lançados a partir de Gaza, foram interceptados pelo escudo antimísseis israelense, segundo o exército do Estado hebreu. Esta foi a primeira vez que projéteis são lançados contra a cidade desde o início da escalada com Israel na Faixa de Gaza, a mais grave desde uma curta e violenta guerra no ano passado.

No sábado, as sirenes de alerta já haviam sido acionadas na metrópole israelense de Tel Aviv. Os disparos aconteceram no momento em que centenas de israelenses celebravam neste domingo em Jerusalém um feriado judaico, com a visita de nacionalistas à Esplanada das Mesquitas, conhecida entre os judeus como "Monte do Templo".

Esta parte da cidade fica em Jerusalém Oriental, setor ocupado e anexado por Israel, fonte de tensões e, algumas vezes, confrontos violentos entre as forças israelenses e os palestinos Um fotógrafo da AFP que cobria a visita de um deputado de extrema-direita à Esplanada foi detido por alguns minutos pelas forças israelenses.

Bombardeios e detenções

O Hamas, movimento islamita que governa Gaza desde 2007, fez um alerta em um comunicado contra as "incursões" israelenses que poderiam levar a uma situação "fora de controle". O Hamas, que já travou diversas guerras contra Israel, não participou até o momento no atual conflito. O ministério da Saúde de Gaza anunciou neste domingo que 31 pessoas morreram, incluindo seis crianças, desde sexta-feira nos ataques israelenses, que também deixaram 265 feridos.

As autoridades israelenses rebateram a acusação e afirmaram que várias crianças palestinas morreram no sábado à noite em Jabalia (norte de Gaza), após um lançamento frustrado de foguetes da Jihad Islâmica em direção a Israel, e não em um ataque de seu exército. Israel alega que seus ataques, iniciados na sexta-feira de forma "preventiva" diante de possíveis represálias após a detenção de um líder da Jihad Islâmica na Cisjordânia, são direcionados contra locais de fabricação de armas.

O comandante de operações do exército israelense, Oded Basik, afirmou em um comunicado que a "alta cúpula da ala militar da Jihad Islâmica em Gaza foi neutralizada". A relação inclui Taysir al Jabari 'Abu Mahmud', um dos principais líderes do grupo armado, morto na sexta-feira em Gaza, e Khaled Mansour, um alto comandante que faleceu em um ataque em Rafah.

O exército israelense anunciou no sábado que se prepara para uma "operação de uma semana". "Atualmente não há negociações para um cessar-fogo", disse um porta-voz militar. O primeiro-ministro Yair Lapid disse que a operação continuará pelo tempo "necessário". Neste domingo, o exército israelense anunciou a detenção de 20 membros da Jihad Islâmica na Cisjordânia ocupada. Outros 20 militantes da organização foram detidos no sábado, na mesma região.

Centenas de projéteis

Os ataques dos dois lados prosseguiram na madrugada de domingo, segundo correspondentes da AFP em Gaza. Os confrontos são os mais violentos entre Israel e as organizações armadas de Gaza desde a guerra de 11 dias de maios de 2021. O conflito terminou com as mortes de 260 pessoas do lado palestino e 14 em Israel. As Brigadas Al Qods confirmaram em um comunicado que no atual conflito dispararam "uma grande série de foguetes" contra as cidades israelenses de Tel Aviv, Ashkelon, Ashdod e Sderot, antes de anunciar neste domingo que também lançaram projéteis contra Jerusalém.

No kibutz Nahal Oz, uma comunidade israelense ao lado da fronteira com Gaza, o morador Nadav Peretz disse que está no abrigo antiaéreo ou perto desde sexta-feira. "Reconhecemos que do outro lado também há uma população civil que não participa (no conflito) e, dos dois lados, as crianças merecem aproveitar as férias de verão", disse o homem de 40 anos.

Esta nova escalada de violência deixou o pequeno território de Gaza e seus 2,3 milhões de habitantes sem a sua única central de energia elétrica, que teve que interromper as atividades por falta de combustível, provocada pelo bloqueio das entradas do enclave por Israel desde terça-feira.


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