Navio de cruzeiro com dezenas de doentes busca porto na América do Sul

Navio de cruzeiro com dezenas de doentes busca porto na América do Sul

Tripulação não dispõe de testes de Covid-19

AFP

Cruzeiro Zaandam zarpou de Buenos Aires com destino a San Antonio, na costa central do Chile

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A expectativa de chegar em terra e os apelos para não ser esquecidos dominam os mais de 1,8 mil passageiros, 42 deles doentes, de um navio de cruzeiro que navega no Pacífico rumo ao norte da América do Sul. A embarcação implora por um porto para atracar na região. 

O cruzeiro Zaandam, da empresa Holland America, zarpou em 7 de março de Buenos Aires com destino a San Antonio, na costa central do Chile. Mas a empresa decidiu deter todos os trajetos ante medidas drásticas de circulação tomadas pelos governos devido à ameaça de expansão do coronavírus. 

Assim, pediram autorização para atracar em 14 de março em Punta Arenas, no sul do Chile, para que seus 1.243 passageiros e parte dos 586 tripulantes a bordo tentassem encontrar voos de retorno aos seus países de origem o quanto antes. "Apesar das confirmações prévias de que os hóspedes poderiam desembarcar em Punta Arenas para pegar voos, não nos permitiram fazê-lo", informou a Holland America, do grupo Carnival. 

Em seguida, "o Chile fechou todas as fronteiras por 14 dias e ouvimos que uma embarcação que conseguiu atracar em Punta Arenas foi recebida pelos locais com pedras", contam no Facebook Dimiti e Neil Bate, um casal australiano que viaja no cruzeiro. 

Em meio à crise sanitária mundial, a tripulação detectou passageiros doentes com sintomas gripais, mas "como é temporada de gripe e os testes de Covid-19 não estão disponíveis a bordo, neste momento é difícil determinar a causa destes casos", informou a empresa. No domingo, a companhia reportava 42 pessoas doentes. "São tempos de provação. Não nos esqueçam", pediram.

Após a recusa em Punta Arenas, o Zaandam navegou até o porto de Valparaíso, onde ficou ancorado em 20 e 21 de março para carregar provisões, remédios para os doentes e abastecer. O Chile tinha fechado suas fronteiras por ar, mar e terra em 18 de março. 

O navio, então, partiu para o norte e nesta terça-feira navegava em frente à costa peruana, onde não foi permitido atracar porque "navios com pessoas com epidemias ou doenças infecciosas não podem chegar", segundo fontes oficiais em Lima, que falaram sob a condição do anonimato. "Já se proibiu a entrada de outros dois cruzeiros" desde o fechamento das fronteiras no Peru em 17 de março, acrescentaram. 

A empresa informou que "sua intenção é prosseguir para Fort Lauderdale, Flórida, para chegar em 30 de março". "Ainda estamos trabalhando para garantir uma reserva para transitar pelo Canal de Panamá" e revendo "opções alternativas", acrescentou.

Segundo a trajetória publicada pela página de rastreamento CruiseMapper, na internet, o Zaandam deveria passar pelos portos de Salaverry (Peru), Manta (Equador), Canal de Panamá, Oranjestad (Aruba) e Half Moon Cay (Bahamas) antes de chegar a Ft. Lauderdale. 


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