Netanyahu critica promotores e afirma que denúncia é "tentativa de impor um golpe de Estado"

Netanyahu critica promotores e afirma que denúncia é "tentativa de impor um golpe de Estado"

Emocionado, premiê falou em processo contaminado e pediu que "se investigue os investigadores"

Correio do Povo

Premiê fez pronunciamento oficial

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Primeiro-ministro que mais tempo permaneceu no cargo na história de Israel, Benjamin Netanyahu, se tornou nesta quinta-feira o único premiê da história do Estado a ser formalmente indiciado – o procurador-geral, Avichai Mandelblit, o denunciou por suborno, fraude e quebra de confiança em três casos de corrupção nesta quinta-feira. "O que acontece aqui é uma tentativa de impor um golpe de Estado contra o primeiro-ministro", declarou o detentor do cargo em entrevista coletiva em Jerusalém, durante a qual pôs em xeque a independência da Justiça israelense, pedindo que "se investigue os investigadores".

"É para derrubar um primeiro-ministro de direita. Eu, que ao contrário da esquerda e da mídia inclinada, quero instituir um mercado livre, não apenas na economia, mas também um mercado livre de ideias, que quer ver um país forte, não um país fraco, encolhido e curvado. Eu dei a minha vida por este país, lutei por este país, fui ferido por este país. Eu respeito profundamente o sistema de justiça em Israel. Mas é preciso ser cego para não ver que algo ruim está acontecendo com os investigadores da polícia e a promotoria”, disse, emotivo.

Netanyahu listou uma série reclamações sobre a condução da investigação, afirmando que "esses fatos enfatizam o quanto esse processo está contaminado". "Isso horroriza não apenas a mim, mas também a massa de cidadãos em Israel, e não apenas à direita ... Esse processo contaminado levanta questões entre o público sobre as investigações da polícia e a acusação. O público perdeu a confiança nessas instituições. É um processo que ocorre ao longo de muitos anos. Esta é uma aplicação seletiva de esteróides. É aplicação apenas para mim", criticou.

O integrante do Likud ignorou os pedidos de renúncias e disparou: "Meu senso de justiça queima dentro de mim". "Não acredito que o país pelo qual lutei e fui ferido, que eu fiz tantas conquistas, que neste país, em sua democracia, haverá esse tipo de justiça contaminada, de execução seletiva. Não deixarei a mentira vencer. Continuarei a liderar este país com devoção. Para este país, para o estado de direito, para a justiça, temos que fazer uma coisa: finalmente investigar os investigadores", concluiu.


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