Nova Iorque levanta toque de recolher imposto por protestos
Muitos manifestantes no sábado desafiaram o toque na cidade estadunidense, mas foram ignorados pela polícia
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O prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, suspendeu neste domingo o toque de recolher que vigorou por quase uma semana, entre as 20h às 5h, enquanto protestos antirracistas tomavam as ruas da cidade e de várias outras nos Estados Unidos. "Ontem e na noite passada vimos o melhor da nossa cidade", tuitou de Blasio e anunciou que o fim do toque de recolher de "efeito imediato".
A medida foi tomada na cidade pela primeira vez em 75 anos e cessou um dia antes do início da reabertura econômica gradual após mais de dois meses de confinamento contra o coronavírus. Nesta semana, Nova Iorque entrará na fase um do plano de reativação da economia do estado, paralisada por medidas contra o coronavírus que matou mais de 21.000 em sua cidade mais populosa.
A primeira etapa da reabertura permitirá a retomada das atividades nos setores de manufatura e construção. Os comércios terão acesso restrito.
New York City: We are lifting the curfew, effective immediately. Yesterday and last night we saw the very best of our city.
— Mayor Bill de Blasio (@NYCMayor) June 7, 2020
Tomorrow we take the first big step to restart. Keep staying safe. Keep looking out for each other.
O controverso toque de recolher foi prorrogado em 2 de junho e começava 20 minutos antes do pôr do sol, depois que várias lojas sofisticadas de Manhattan foram saqueadas em meio a protestos maciços contra a brutalidade policial. O segundo fim de semana de manifestações, desencadeadas pela morte de um homem negro desarmado pelas mãos da polícia em Minneapolis, provocou marchas massivas, em grande parte pacíficas.
Muitos manifestantes no sábado desafiaram o toque de recolher em Nova Iorque, mas foram ignorados pela polícia, que respondeu agressivamente nas noites anteriores contra aqueles que o violaram. Na semana passada, rede sociais mostraram imagens de policiais prendendo manifestantes, bloqueando-os e até atingindo-os com seus bastões.
Além de protestar contra o racismo, os manifestantes em Nova Iorque exigiam mudar as leis que protegem os antecedentes dos policiais e reduzir o orçamento anual de US $ 6 bilhões destinados à força de segurança.