ONU alerta para risco de explosão de petroleiro abandonado no Iêmen

ONU alerta para risco de explosão de petroleiro abandonado no Iêmen

Navio não recebe nenhum tipo de manutenção desde 2015, o que provocou a deterioração da sua estrutura

AFP

O porta-voz do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, emitiu comunicado divulgado nesta sexta-feira

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As divergências entre os rebeldes e a ONU no Iêmen impedem a inspeção e reparos em um petroleiro abandonado no litoral do país, e as Nações Unidas advertiram que o navio poderá explodir e provocar uma maré negra.

O "FSO Safer" tem 45 anos e armazena 1,1 milhão de barris de óleo cru. Ele está ancorado desde 2015 perto do porto de Hodeida, a cerca de 60 km das primeiras zonas habitadas do país, palco de um conflito entre autoridades e rebeldes huthis desde 2014.

O porto é controlado pelos huthis, que concordaram no mês passado que especialistas da ONU inspecionassem o navio, mas estes últimos aguardam a autorização para fazê-lo.

O porta-voz do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lembrou em comunicado divulgado nesta sexta-feira que "a explosão trágica de 4 de agosto em Beirute e a recente maré negra nas Ilhas Maurício exigem a vigilância do mundo inteiro".

"A estrutura e os equipamentos do Safer se deterioram, o que aumenta o risco de vazamento, explosão ou incêndio", alertou a ONU. No mês passado, o Conselho de Segurança chamou a atenção para o risco de uma catástrofe.

O navio não recebe nenhum tipo de manutenção desde 2015, o que provocou a deterioração da sua estrutura. Os rebeldes insistem em que os especialistas devem fazer os reparos no petroleiro em uma única visita, mas a ONU deseja que sua equipe possa retornar para realizar os consertos necessários. Os rebeldes também exigem que algum país supervisione a operação.

Especialistas independentes afirmam que existe o risco de vazamento de petróleo, o que poderia destruir ecossistemas importantes do Mar Vermelho, fechar o porto de Hodeida por meses e expor mais de 8,4 milhões de pessoas a uma grande contaminação.

A guerra provocou uma crise humanitária gravíssima no Iêmen e deixou dezenas de milhares de mortos, segundo ONGs.


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