Opas adverte que sem prevenção Américas podem enfrentar maior pico da pandemia

Opas adverte que sem prevenção Américas podem enfrentar maior pico da pandemia

Organização ressaltou que países como Paraguai, Uruguai e Cuba estão vivenciando neste ano surtos de magnitude maior do que os de 2020

AFP

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A Organização Pan-americana da Saúde (Opas) alertou nesta quarta-feira que os casos de Covid-19 estão em alta nas Américas e que, sem ações de prevenção, existe o risco de que este pico seja pior que o enfrentado por muitos países no ano passado.

A diretora da Opas, Carissa Etienne, afirmou que existe um "aumento dos casos em toda a região, inclusive em lugares que pareciam ter contido ou evitado os surtos", e alertou que há um "risco real" de que este auge seja pior que o registrado no ano passado em muitos países. "Sem medidas preventivas, a nossa região poderia enfrentar um auge maior o anterior", disse ela em coletiva de imprensa virtual.

Etienne informou que países como Paraguai, Uruguai e Cuba estão vivenciando neste ano surtos de magnitude maior do que os de 2020. Desde 1º de janeiro de 2021, a Opas contabilizou 19,7 milhões de casos de Covid-19 e 472.000 mortes pela doença no continente.

A especialista alertou que em vários países o avanço da pandemia está "transbordando" os hospitais. Segundo ela, em dois estados brasileiros a taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva (UTI) estão acima de 80%, enquanto na Jamaica os centros estão operando "acima de sua capacidade".

"A mortalidade aumenta quando isso acontece, porque os pacientes têm dificuldades para encontrar os cuidados que precisam e os profissionais da saúde estão sobrecarregados atendendo muita gente ao mesmo tempo", disse Etienne. A chefe da Opas pediu para todos os países ficarem em alerta. A "complacência leva a mais casos", enfatizou.

Etienne também ressaltou que não há vacinas suficientes para deter os surtos ativos e defendeu a prevenção. "Quando as vacinas chegarem, faremos nosso trabalho para que sejam distribuídas da forma mais rápida e equitativa possível, mas agora não temos vacinas suficientes para impedir os surtos ativos", disse ele.

A variante P1 no Brasil 

Com relação à situação no Brasil, que em março fechou o pior mês da pandemia com 60.000 mortes e já soma 317.646 óbitos, a Opas destacou que o surto atual é resultado do aumento da transmissão após os deslocamentos de Natal e da época do feriado de carnaval. "Gostaria de destacar que durante esses dois períodos a implementação de medidas de saúde pública foi abaixo do ideal na maior parte do território brasileiro", disse o Dr. Sylvain Aldighieri, gerente de incidentes da Opas.

Para o especialista, isso levou a uma ampliação da transmissão e a uma dispersão geográfica, e também apontou que a circulação da variante local P1 contribui para o aumento dos casos. "Observamos que a variante P1 parece ser mais transmissível", disse Aldighieri, que indicou que essa variante está circulando na Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia, Paraguai, Panamá, Venezuela, Guiana Francesa, México, Estados Unidos, Canadá e nos territórios do Caribe francês e holandês.

No entanto, o especialista destacou que as mesmas medidas utilizadas no ano passado continuam a funcionar contra esta variante.


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