Oposição francesa exige suspensão dos voos com o Brasil por variante da Covid-19

Oposição francesa exige suspensão dos voos com o Brasil por variante da Covid-19

Líder de direita considera "absolutamente necessário" em um momento de "confinamento" dos franceses evitar a variante brasileira

AFP

Políticos franceses pedem a proibição de entrada de brasileiros no país para evitar a variante descoberta no país

publicidade

Ainda minoritária na França, a variante brasileira do novo coronavírus, mais contagiosa e perigosa, preocupa especialistas, e a oposição política exige a suspensão das ligações aéreas com o Brasil, onde a situação sanitária piorou consideravelmente.

"O fechamento das fronteiras é útil e absolutamente necessário e não vejo como, num momento em que confinamos os franceses, ainda mantemos essa ligação aérea", afirmou à rádio RFI o líder da bancada do Les Républicains (oposição de direita) na Assembleia Nacional, Damien Abad.

À esquerda, o secretário nacional do Partido Comunista, Fabien Roussel, pleiteou na Cnews "medidas de fechamento de fronteiras ou de isolamento estrito" de viajantes, por exemplo, confiando-lhes "15 dias no hotel, como se faz em outros países".

Questionado sobre o assunto, o ministro delegado dos Transportes Jean-Baptiste Djebbari explicou na segunda-feira que a França havia "mantido algumas linhas" com o Brasil, mas com um protocolo de saúde "reforçado" para chegadas da ordem de "50 por dia" - contra 50 mil por semana antes da pandemia.

Os recém-chegados "só podem vir depois de um teste de PCR negativo, às vezes fazem um teste de antígeno na chegada e devem justificar uma razão convincente", assegurou.

A situação de saúde tem se agravado no Brasil desde fevereiro em parte em razão do surgimento de uma variante local do vírus, chamada P1, considerada mais contagiosa e perigosa. Mesmo que ainda seja minoritária na França, muitos profissionais da saúde estão preocupados com uma possível propagação.

"No início, pode parecer trivial, depois pode aumentar muito rapidamente", comentou o epidemiologista Antoine Flahaut no jornal Le Parisien.

Com mais de 99 mil mortos e quase 6 mil pacientes em unidades de terapia intensiva, a França ainda sofre com a terceira onda de coronavírus e os indicadores não mostram melhora, deixando em aberto a questão sobre um relaxamento das restrições.

O presidente Emmanuel Macron estimou que uma reabertura gradual e controlada das áreas externas de cafés e restaurantes e de certos locais culturais poderia começar em meados de maio.

Uma primeira etapa importante de flexibilização está prevista para 26 de abril, com o retorno às aulas para as crianças do ensino fundamental, após três semanas de fechamento das escolas.

Os franceses são convocados a ficar em casa durante as férias escolares de duas semanas que começaram no último fim de semana: sem viagens entre as regiões e toque de recolher às 19h para todos, na esperança de conter a epidemia.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895