Países africanos se comprometem a acabar com surtos de cólera até 2030

Países africanos se comprometem a acabar com surtos de cólera até 2030

Meta é reduzir em 90% os casos da doença até o período

Agência Brasil

Dados apontam que 92 milhões de pessoas no continente utilizam água de fontes inseguras

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Ministros da Saúde de diversos países africanos se comprometeram a implementar estratégias-chave para acabar com os surtos de cólera que assolam a região até 2030. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 47 nações africanas ratificaram o documento que prevê o controle e a prevenção de casos de cólera.

“O cólera é um símbolo da desigualdade”, avaliou o diretor regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti. “É uma doença antiga, que já foi eliminada em diversas partes do mundo. Todas as mortes por cólera são preveníveis. Nós temos o conhecimento e, hoje, os países demonstraram que têm disposição para fazer o que for preciso para acabar com os surtos até 2030”, completou.

A OMS classificou o cólera como um problema de saúde pública global, mas destacou que o fardo maior recai sobre a África subsaariana. Em 2017, mais de 150 mil casos de cólera, incluindo mais de 3 mil mortes, foram reportados em 17 países africanos. Este ano, houve um aumento de casos em todo o continente, com oito países atualmente enfrentando surtos.

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A região, segundo a entidade, é vulnerável ao cólera por diversos motivos. Dados mostram que 92 milhões de pessoas na África ainda bebem água de fontes consideradas inseguras e que, em áreas rurais, água encanada é pouco comum, forçando o hábito de defecar em áreas abertas. Além disso, crises humanitárias, mudanças de clima, urbanização rápida e crescimento da população também aumentam os riscos.

O acordo assinado prevê que os 47 países reduzam em 90% a magnitude dos surtos de cólera, sobretudo em populações mais vulneráveis e situações de crise humanitária. As ações incluem melhorar a vigilância epidemiológica e laboratorial; mapear áreas consideradas hotspots para o cólera; aprimorar o acesso a tratamento oportuno; fortalecer a vigilância nas fronteiras, promovendo o uso da vacina oral contra a doença; e ampliar investimentos em água tratada e saneamento.

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