Pelo menos 30 migrantes morrem em naufrágios na Grécia

Pelo menos 30 migrantes morrem em naufrágios na Grécia

Foi a terceira tragédia na região desde quarta-feira

AFP

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A Guarda Costeira da Grécia procurava neste sábado (25) os sobreviventes de mais um naufrágio de um barco de migrantes no Mar Egeu, que elevou o balanço de mortos a 30 em menos de uma semana. Na sexta-feira à noite, as equipes de emergência recuperaram no mar os corpos de 16 migrantes, 12 homens, três mulheres e um bebê, e conseguiu resgatar 63 pessoas após um naufrágio perto da ilha de Paros. Os sobreviventes afirmam que 80 pessoas estavam a bordo da embarcação, que seguia para a Itália.

A tragédia - a terceira desde quarta-feira - acontece no momento em que a atividade de traficantes em águas gregas é a mais intensa em vários meses. "Aumentou a atividade criminosa dos traficantes indiferentes à vida humana. Eles aglomeram dezenas de pessoas aflitas, sem coletes salva-vidas, em barcos que não cumprem nenhuma norma de segurança", declarou Plakiotakis, ministro grego de Assuntos Marítimos. Ele afirmou ainda que a Turquia "permite a ação dos traficantes com impunidade".

Três patrulhas da Guarda Costeira, embarcações particulares e um avião de resgate prosseguiam com as buscas no sábado, segundo autoridades, auxiliados por mergulhadores.

Na manhã de sexta-feira, a Guarda Costeira concluiu uma operação para resgatar 90 migrantes que ficaram bloqueados ao norte da ilha grega de Antikythera, depois que o bote em que viajavam sofreu um acidente. Entre os sobreviventes estavam 52 homens, 11 mulheres e 27 crianças.

As autoridades gregas anunciaram que recuperaram 11 cadáveres no mar. Também informaram que, entre os migrantes, identificaram dois homens suspeitos de serem os traficantes, que foram detidos.

Na sexta-feira, a Guarda Costeira interceptou uma embarcação com 92 pessoas a bordo depois que encalhou na costa da península do Peloponeso. Três supostos traficantes foram detidos.

Na quarta-feira, um bote que transportava migrantes afundou perto da ilha de Folegandros e pelo menos três pessoas morreram. Treze foram resgatadas, mas dezenas (entre 32 e 50, segundo os sobrevivente) permanecem desaparecidas.

Mais de 2.500 mortos

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) afirmou que o acidente de Folegandros foi o mais grave no Mar Egeu este ano.

"Este naufrágio é uma recordação dolorosa de que as pessoas continuam embarcando em viagens perigosas em busca de segurança", disse Adriano Silvestri, representante do ACNUR na Grécia. A imprensa grega destaca o fato de que os naufrágios recentes aconteceram em dias com boas condições meteorológicas.

A ONU calcula que mais de 2.500 pessoas morreram ou desapareceram no mar em sua tentativa de chegar ao continente europeu entre janeiro e novembro. Quase um milhão de pessoas, principalmente refugiados sírios, chegaram à União Europeia em 2015 depois de passar pelas ilhas gregas perto da Turquia.

A situação no Afeganistão provoca o temor de novas ondas de migrantes no Mediterrâneo. Atenas acusa Ancara de fechar os olhos para o fluxo de pessoas que tentam entrar na Grécia, ignorando o acordo assinado em março de 2016 que obriga a Turquia a agir para controlar a entrada de migrantes na UE em troca de uma ajuda financeira de bilhões de euros. O governo turco nega as acusações.


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