Policiais que espancaram jovem têm sentença reduzida em Hong Kong

Policiais que espancaram jovem têm sentença reduzida em Hong Kong

Movimento de contestação a forças de segurança aumenta com repressão a manifestantes

AFP

Agressão foi filmada por televisão local e transmitida

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O Tribunal de Apelações de Hong Kong revogou a condenação de dois policiais e reduziu a sentença contra outros cinco pelo espancamento de um manifestante durante o enorme movimento pela democracia em 2014. Esta decisão judicial acontece no momento em que um novo movimento de contestação enche as ruas de Hong Kong e em que o descontentamento aumenta contra a polícia, que usou balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

O caso refere-se ao espancamento sofrido por Ken Tsang durante o "Movimento dos guarda-chuvas" do outono de 2014, em que partes da cidade foram ocupadas por mais de dois meses sem conseguir, porém, concessões de Pequim. A agressão foi filmada por uma televisão local e amplamente retransmitida.

Nas filmagens, Tsang é visto sendo arrastado, algemado, em um parque por um grupo de agentes à paisana e depois socado e chutado. Sete policiais foram condenados e sentenciados a dois anos de prisão, mas foram libertados sob fiança depois de alguns meses, à espera da apelação.

Nesta sexta-feira, os juízes anularam a condenação de dois deles, estimando que, embora fizessem parte do esquadrão envolvido no espancamento, eles não foram identificados pela vítima nas imagens. As sentenças dos outros cinco policiais foram reduzidas, a dezoito meses para dois, dezesseis meses para um e 15 meses para dois outros.

Os três juízes apontaram que Tsang "foi chutado, pisado e espancado por um longo tempo enquanto estava deitado indefeso no chão, com as mãos amarradas atrás das costas, resultando em ferimentos visíveis e sérios no rosto, pescoço, ombros, peito e costas". Essa agressão, estimaram os juízes, "abalaram a fé de todos, não apenas em relação à polícia de Hong Kong, mas também em relação ao próprio Estado de direito".

No entanto, consideraram "excessiva" a sentença de "dois anos de prisão". Milhares de policiais e parlamentares pró-Pequim protestaram contra a decisão inicial, pronunciada em 2017. A mídia estatal chinesa criticou as condenações dos sete policiais na época, o que provocou indignação dos órgãos judiciais.

Sob o acordo de retrocessão à China, Hong Kong beneficia de liberdades desconhecidas no continente, como a independência da justiça e a liberdade de expressão. Mas muitos consideram que essas disposições estão sendo corroídas.


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