Premiê renuncia ao cargo e Israel terá sua quinta eleição em 3 anos

Premiê renuncia ao cargo e Israel terá sua quinta eleição em 3 anos

Votação está prevista para outubro e pode significar uma tábua de salvação para o ex-primeiro-ministro Benyamin Netanyahu

AE

A dissolução foi anunciada pelo atual premiê, Naftali Bennett

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O governo de coalizão de Israel decidiu dissolver o Parlamento ontem e convocar uma nova eleição, a quinta em três anos. A votação está prevista para outubro e pode significar uma tábua de salvação para o ex-primeiro-ministro Benyamin Netanyahu, que deixou o cargo no ano passado após a formação do atual governo.

A dissolução foi anunciada pelo atual premiê, Naftali Bennett. Em entrevista coletiva, ele disse que não foi fácil, mas era a "decisão certa para Israel". O chanceler, Yair Lapid, substituirá Bennett até as eleições, em um acordo que anunciaram juntos.

Coalizão frágil

Bennett liderava um frágil governo de coalizão, que inclui oito partidos de vários espectros políticos. A aliança perdeu a maioria no início do ano e enfrentou a saída de diferentes parlamentares nas últimas semanas.

Formada em junho do ano passado, a coalizão encerrou um impasse de dois anos entre Bennett e Lapid e conseguiu pôr fim ao governo de 12 anos de Netanyahu. A aliança funcionou para a aprovação de um novo orçamento, o primeiro em mais de três anos; fazer as principais nomeações administrativas; e aprofundar as relações emergentes de Israel com Estados árabes.

No entanto, houve incompatibilidade em algumas questões políticas desde o início em razão de conflitos ideológicos entre os partidos da coalizão. Os parlamentares constantemente se dividiram em questões importantes, como o conflito palestino-israelense e a relação entre Estado e religião. Esses conflitos custaram a saída de alguns partidos da aliança nos últimos meses.

No início deste mês, o governo fracassou em aprovar a continuidade das leis que concedem status legal especial aos colonos da Cisjordânia. Prestes a expirarem, essas legislações são necessárias para que os colonos não estejam sujeitos ao código militar que se aplica aos mais de 2 milhões de palestinos que vivem no território ocupado.

A expectativa era de uma aprovação natural, já que a oposição, composta em grande parte por apoiadores dos colonos, também deveria votar a favor do projeto. Mas eles votaram contra, justamente para constranger o governo.

Renúncia

A votação foi a causa imediata da decisão de Bennett de renunciar e convocar novas eleições. Ao dissolver o Parlamento, as leis permanecem em vigor. Bennett, um ex-líder de colonos, disse que, se ele tivesse permitido que as leis expirassem, haveria "graves perigos de segurança e caos constitucional" entre os colonos. 


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