Presidente da Ucrânia pede que Ocidente não gere "pânico" por tensões com a Rússia

Presidente da Ucrânia pede que Ocidente não gere "pânico" por tensões com a Rússia

Ocidente acusa Moscou de ter concentrado cerca de 100.000 soldados na fronteira ucraniana

AFP

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O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pediu nesta sexta-feira aos países ocidentais que evitem fomentar o "pânico" diante da concentração de tropas russas na fronteira com seu país. "Não precisamos desse pânico", disse Zelensky em entrevista coletiva com a mídia estrangeira, ressaltando que mais danos à economia da Ucrânia devem ser evitados.

"A probabilidade de ataque existe, não desapareceu e não foi menos grave em 2021", mas "não vemos nenhuma escalada maior do que já existia" no ano passado, enfatizou Zelensky. Em vez disso, se ouvirmos a mídia internacional e "mesmo chefes de Estado respeitados", parece "que já temos uma guerra" em todo o país, "que há tropas avançando nas estradas. Mas não é o caso, ", acrescentou.

"O maior risco para a Ucrânia" é "a desestabilização da situação interna", e não a ameaça de uma invasão russa, insistiu Zelensky. "Esse pânico, quanto vai custar ao nosso país?", perguntou.

O Ocidente acusa a Rússia há semanas de ter concentrado cerca de 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia diante de uma possível invasão de seu vizinho, e ameaçou Moscou com duras sanções se realizar uma ofensiva. "Tudo indica" que o presidente russo Vladimir Putin "vai usar força militar em algum momento, talvez entre agora e meados de fevereiro", disse a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, nesta quarta-feira.

Várias embaixadas ocidentais, incluindo as dos Estados Unidos e Canadá, anunciaram que retiraram alguns de seus funcionários na Ucrânia, devido à ameaça de uma invasão russa. Além disso, o leste da Ucrânia tem sido palco de uma guerra com separatistas pró-Rússia desde 2014, um conflito que eclodiu logo após a Rússia anexar a península ucraniana da Crimeia e deixou mais de 13.000 mortos.

O Ocidente acusa Moscou de apoiar os separatistas, mas o Kremlin nega.


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