Primeiro protesto no Afeganistão após volta do Talibã tem três mortos

Primeiro protesto no Afeganistão após volta do Talibã tem três mortos

Dezenas de pessoas ficaram feridas, segundo a rede de notícias Al Jazeera

Correio do Povo e AE

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Os protestos em prol da bandeira do Afeganistão, realizados nesta quarta-feira em Jalalabad, resultaram em ao menos três mortes e dezenas de pessoas feridas, segundo informações da rede de notícias Al Jazeera. A mobilização foi reprimida com tiros e agressões de soldados do Talibã. Segundo a publicação, outras manifestações semelhantes foram realizadas na província de Khost. 

O ato oposicionista em Jalalabad foi motivado pela troca da bandeira oficial do país - preta, vermelha e verde -, pela bandeira branca com uma inscrição que representa o Taleban e o Emirado Islâmico, que foi implementado pelo grupo quando esteve no poder. Os manifestantes tentaram impedir a troca e acabaram sendo violentamente agredidos.

O Talibã assumiu o controle da cidade quatro dias antes, sem muita resistência, depois que um acordo foi negociado com os líderes locais. Durante a semana, os insurgentes realizaram patrulhas pela cidade em caminhonetes apreendidas da agora extinta força policial.

Apesar dos riscos, centenas de manifestantes marcharam pela principal rua comercial, assobiando, gritando e ostentando grandes bandeiras da República Afegã. Os combatentes atiraram para o alto para dispersar a multidão, mas os manifestantes não se dispersaram, mostra vídeo transmitido pela mídia local. Quando isso falhou, os combatentes recorreram à violência.

A manifestação e a resposta violenta ameaçaram minar os esforços da liderança do Talibã de se apresentar como administradores responsáveis pelo governo. A revolta pública veio quando o grupo se preparava para dar detalhes sobre como será seu governo, nomeando ministros e preenchendo cargos-chave.

"Não queremos mais que o Afeganistão seja um campo de batalha", disse Zabihullah Mujahid, o porta-voz chefe do Talibã, em uma coletiva de imprensa nessa terça. "De hoje em diante, a guerra acabou".

Enquanto muitos eram céticos quanto a essas garantias, em Cabul, os ritmos da vida diária começaram a retornar - mas eles estavam reduzidos em muitos aspectos. Havia visivelmente menos mulheres nas ruas. Algumas das que se aventuraram a sair não se cobriram com a burca tradicional, a mortalha de corpo inteiro que cobre o rosto necessária na última vez em que o Taleban governou. (Com agências internacionais).


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