Protestos contra racismo seguem, enquanto funeral de Floyd reúne milhares

Protestos contra racismo seguem, enquanto funeral de Floyd reúne milhares

Familiares, amigos e apoiadores pediram justiça pela morte provocada por detenção policial

Estadão Conteúdo

A morte de Floyd em maio se tornou o mais recente caso de brutalidade policial contra os afro-americanos

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Milhares de pessoas em Minneapolis se lembraram nesta quinta-feira, de George Floyd, o homem negro cuja morte sob custódia policial desencadeou uma onda de protestos em todo o país e um debate sobre racismo e justiça. "Todo mundo quer justiça, nós queremos justiça para George, ele vai conseguir", disse Philonise Floyd, um dos irmãos, em um memorial em uma capela na North Central University, na cidade de Minnesota, em cerimônia que marcou o décimo dia seguido de protestos nos Estados Unidos. 

"É louco, todas essas pessoas vieram ver meu irmão, é incrível que ele tenha tocado tantos corações", disse Philonise, vestindo um terno escuro e um crachá com uma foto de George e as palavras "Não consigo respirar" na lapela.

Este foi o primeiro de uma série de eventos planejados nos próximos cinco dias para homenagear o ex-segurança. No sábado, uma homenagem pública e um velório só para familiares ocorrerão no sábado, em Raeford, na Carolina do Norte. Entre segunda e terça-feira, um velório público e um sepultamento privado serão realizados em Houston, Texas, cidade onde George passou a maior parte de sua vida.

A morte de Floyd em maio se tornou o mais recente caso de brutalidade policial contra os afro-americanos, levando a questão da raça ao topo da agenda política cinco meses antes da eleição presidencial dos EUA , que deve acontecer em 3 de novembro.

Derek Chauvin, 44, foi demitido e acusado de assassinato em segundo grau depois de ter sido filmado ajoelhado no pescoço de Floyd por quase nove minutos, enquanto a vítima ofegava e alertava que não conseguia respirar.

Homenagem no Senado

 

Os senadores democratas fizeram nesta quinta-feira, 4, um momento de silêncio com duração de oito minutos e 46 segundos, a quantidade de tempo que George Floyd ficou imobilizado sob Derek Chauvin.  

 

O momento também foi para homenagear Ahmaud Arbery, um jovem negro de 25 anos morto em uma rua suburbana de Brunswick, na Geórgia, e Breonna Taylor, uma médica negra de 26 anos que foi baleada pela polícia em sua casa em Louisville, Kentucky. De pé ao lado de uma estátua de Frederick Douglass no Capitólio, o grupo parecia se reunir pela primeira vez após o início da pandemia.

Vários senadores - Tim Kaine, da Virgínia, Martin Heinrich, do Novo México, Chris Van Hollen, de Maryland, Michael Bennet, do Colorado, e Sherrod Brown, de Ohio - ajoelharam-se no chão de mármore durante o momento de silêncio.

"Este é um momento muito doloroso", disse o senador Cory Booker. Ele fez uma pequena homenagem a Floyd e chamou o cenário de apropriado para o momento. "Eu fiquei lá em silêncio, olhando para baixo, e na minha visão estavam as palavras 'Se não há luta, não há progresso''", disse Booker, referindo-se a uma citação do discurso de emancipação de Douglass na Índia Ocidental. "Foi muito profundo para mim."


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