Qu Dongyu é eleito diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
Vice-ministro de Agricultura e Assuntos Rurais da China prometeu ações concretas para combater a fome no mundo
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O vice-ministro de Agricultura e Assuntos Rurais da China, Qu Dongyu, foi eleito o novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Ele recebeu 108 dos 191 votos e venceu, já no primeiro turno, os candidatos da França, Catherine Geslain-Lanéelle, e da Geórgia, David Kirvalidze. Primeiro representante de seu país a assumir esse cargo, substituindo o brasileiro José Graziano da Silva – que, desde 2012, comandava a organização por dois mandatos sucessivos –, prometeu ações concretas para combater a fome no mundo. "É uma data histórica, um novo trampolim para a agricultura", declarou, afirmando "fazer tudo para ser imparcial e neutro".
Defensor de maior alinhamento das políticas da FAO com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, o chinês contou com o apoio de Estados como Brasil, Argentina e Uruguai. Para o País, contou a favor sua defesa do uso de tecnologia para fortalecer a agricultura e a promessa de garantir maior apoio da FAO aos estados membros. O chinês prometeu ainda criar programas específicos para mulheres e jovens agricultores.Ele será o nono diretor-geral desde que a organização foi fundada. Seu mandato terá início em 1º de agosto de 2019, com previsão de término em 31 de julho de 2023.
Apesar de Washington e Pequim estarem travando uma dura guerra comercial há meses, o chinês foi o único a citar no sábado como um possível parceiro da FAO a fundação americana Bill e Melinda Gates, fundada pelo ex-presidente da Microsoft. Esta fundação está fortemente envolvida na pesquisa agrícola na África e promove sementes geneticamente modificadas (GMO) para aumentar os rendimentos agrícolas. O novo diretor enfrentará um dos maiores desafios para a humanidade: o aumento da fome no mundo, devido ao efeito combinado do aquecimento global e de conflitos, especialmente na África e no Oriente Médio.
Segundo a ONU, uma estratégia real será necessária para alimentar uma população mundial que atingirá 10 bilhões de pessoas em 2050, 2 bilhões a mais do que atualmente. A segurança alimentar, o desenvolvimento agrícola, a agroindústria, o comércio, a biotecnologia, o clima e o meio ambiente são algumas das questões em discussão, disse Manuel Lafont Rapnouil, do Conselho Europeu de Relações Internacionais (ECFR).