Quatro militares venezuelanos desertam depois de atravessar a fronteira com a Colômbia

Quatro militares venezuelanos desertam depois de atravessar a fronteira com a Colômbia

Tenente e três sargentos reconheceram Juan Guaidó como presidente interino e comandante em chefe das Forças Armadas

Correio do Povo e AFP

Oficiais derrubaram uma das cercas de segurança da ponte Simón Bolívar, na cidade colombiana de Cúcuta

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Quatro militares venezuelanos desertaram neste sábado depois de atravessar duas pontes na fronteira com a Colômbia, fechadas por ordem do governo de Nicolás Maduro, em função do anúncio de entrada de ajuda no país, informaram as autoridades colombianas. Os homens, um tenente e três sargentos, estavam em um tanque e derrubaram uma das cercas de segurança da ponte Simón Bolívar, na cidade colombiana de Cúcuta, informou um oficial do serviço de migração da Colômbia. Em um vídeo publicado no Twitter pelo jornal venezuelano independente Efecto Cocuyo, eles reconheceram o líder oposicionista Juan Guaidó como presidente interino do país e comandante em chefe das Forças Armadas.

"O que fizemos hoje, fizemos pelas nossas famílias e pelo povo venezuelano", disse o tenente no vídeo. O major general aposentado Hugo Carvajal saudou a decisão dos quatro guardas. "Há dias que dividem a história e hoje 23 de fevereiro é um deles. Hoje, os verdadeiros soldados, os bravos, estão separados dos repressores covardes. Peço aos meus irmãos de armas que cumpram suas obrigações nacionais. Defendam o povo e a Constituição. Sua lealdade é para com o povo!", disse.

Durante a ação, uma mulher que estava perto da fronteira ficou ferida, segundo as mesmas fontes. Em um comunicado à imprensa, a autoridade migratória afirmou que os militares "desertaram da ditadura de Nicolás Maduro". Os membros da Guarda Nacional Bolivariana entraram no território colombiano, enquanto o veículo ficou do lado venezuelano, de onde foi retirado por militares. O serviço de migração da Colômbia também informou que um sargento da Guarda desertou depois de atravessar outra ponte que liga Cúcuta à Venezuela.

Na sexta-feira, o governo de Maduro anunciou o fechamento da fronteira pelo estado de Táchira (oeste). A medida impede a passagem pelas pontes Simón Bolívar - a passagem binacional de pedestres mais importante -, na cidade de San Antonio, La Unión, em Boca de Grita, e Santander, em Ureña. Uma quarta ponte que liga Táchira ao departamento de Norte de Santander (Colômbia), a de Tienditas, também localizada em Ureña - limítrofe com Cúcuta -, está bloqueada com contêineres e outros obstáculos desde o início do mês.

Liderada por Juan Guaidó, a oposição venezuelana tenta neste sábado que alimentos e medicamentos armazenados na Colômbia superem as barreiras na fronteira impostas por Maduro, que considera que a assistência humanitária um pretexto para uma intervenção militar americana. 


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