Rússia acusa ONU de dar dados "falsos" sobre ataques a civis na Síria

Rússia acusa ONU de dar dados "falsos" sobre ataques a civis na Síria

Cerca de 800 civis morreram nos ataques e 400 mil tiveram que fugir da área, segundo SODH

AFP

Cerca de 3 milhões de pessoas vivem em Idlib

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A Rússia acusou nesta sexta-feira a ONU de divulgar "falsos dados" sobre escolas e hospitais supostamente bombardeados na província síria de Idlib pelo regime sírio e seu aliado russo. Na quinta-feira, o líder humanitário da ONU na Síria, Panos Moumtzis, disse em Genebra que nos últimos 100 dias sua equipe confirmou os bombardeios sobre "39 instalações de saúde, 50 escolas, pontos de água, mercados, padarias" nessa região. O embaixador da Rússia nas Nações Unidas em Genebra, Guennadi Gatilov, negou as acusações, garantindo que as agências humanitárias da ONU confiam em "dados falsos".

"Dizem que tal dia, uma escola ou um hospital foram destruídos em tal região. Dão as coordenadas. Nosso pessoal verifica e constata que nesse local não há hospital, não há escola, e que o dia indicado pelas agências humanitárias da ONU a aviação russa não fez um bombardeio", declarou Gaatilov.

Cerca de 3 milhões de pessoas vivem em Idlib (noroeste), o último reduto nas mãos de jihadistas fora do controle de Damasco. Cerca de 800 civis morreram nos ataques quase diários nesta área, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SODH), e mais de 400 mil tiveram que fugir. A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse em julho que os atentados contra civis pareciam intencionais.

As Nações Unidas temem que o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, em breve lance uma ampla ofensiva contra Hayat Tahrir al Sham (HTS, ex-braço da Al Qaeda na Síria). Desde janeiro, esse grupo jihadista controla a maior parte da província de Idlid e áreas das províncias vizinhas de Aleppo, Hama e Latakia.

O retorno dos bombardeios após uma breve trégua causou "pânico total" entre a população, segundo Moumtzis, que alertou que não há dispositivo de assistência planejado para 3 milhões de deslocados. "Uma coisa deve ser entendida: a luta contra o terrorismo nunca deve terminar", alertou Gatilov.


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