Rússia anuncia manobras navais no Atlântico, Ártico, Pacífico e Mediterrâneo

Rússia anuncia manobras navais no Atlântico, Ártico, Pacífico e Mediterrâneo

Exercícios ocorrem em um contexto de crescentes tensões com os ocidentais por temores de uma invasão russa da Ucrânia

AFP

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A Rússia anunciou, nesta quinta-feira (20), exercícios navais em janeiro e fevereiro no Atlântico, Ártico, Pacífico e Mediterrâneo, num contexto de fortes tensões com o Ocidente. "No total, mais de 140 navios de guerra e de apoio, mais de 60 aviões, 1.000 elementos de equipamento militar e cerca de 10.000 militares vão fazer parte" desses exercícios, informou o ministério da Defesa russo, citado pelas agências de notícias do país.

Segundo o ministério, esses exercícios ocorrerão em "águas e mares adjacentes ao território russo" e em "zonas de importância operacional nos oceanos do mundo". "Exercícios separados serão realizados nas águas do Mediterrâneo, no Mar do Norte, no Mar de Okhotsk, na parte nordeste do Oceano Atlântico e no Oceano Pacífico", acrescentou.

De acordo com esta fonte, estes exercícios em grande escala serão organizados "de acordo com o plano de treinamento das Forças Armadas russas para 2022". "O principal objetivo é colocar em prática o envio de forças navais, aéreas e espaciais para proteger os interesses nacionais russos nos oceanos do mundo e combater as ameaças militares à Rússia nos mares e oceanos", disse o ministério.

Em um contexto de crescentes tensões com os ocidentais por temores de uma invasão russa da Ucrânia, Moscou também planeja realizar manobras navais conjuntas com o Irã e a China.

No Mar Negro, as tensões aumentaram nos últimos anos. Moscou acusa a Ucrânia e os ocidentais de ameaçar sua segurança na costa da península da Crimeia, anexada pela Rússia. Em junho de 2021, a frota russa disparou tiros de advertência contra um destróier britânico naquele local.

A Rússia também começou esta semana a enviar soldados para Belarus para exercícios de prontidão nas fronteiras da União Europeia (UE) e da Ucrânia. Nos últimos meses, concentrou dezenas de milhares de soldados na região.

Já os exercícios com o Irã e a China, com duração de três dias, vão começar na sexta-feira (21) no Oceano Índico, com o objetivo em particular de fortalecer a "segurança comum", segundo informou uma autoridade da Marinha iraniana.

O presidente iraniano Ebrahim Raisi está atualmente em Moscou para uma visita oficial durante a qual disse estar determinado a fortalecer as relações com a Rússia. "Exercícios de três dias com a participação de onze unidades navais do Exército do Irã, três unidades da Marinha da Guarda Revolucionária (exército ideológico da República Islâmica), três unidades da Rússia e duas unidades da China começarão amanhã (sexta-feira) no norte do Oceano Índico em uma área de 17.000 km2", disse o almirante Mostafa Tajeddini à televisão estatal.

"Melhorar a capacidade de combate e a prontidão, fortalecer os laços militares entre a Marinha iraniana e a China e a Rússia, garantir a segurança comum e combater o terrorismo marítimo estão entre os principais objetivos desses exercícios", afirmou.


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