Reitor pede demissão após escândalo na vacinação anticovid no Peru

Reitor pede demissão após escândalo na vacinação anticovid no Peru

Mais de 480 pessoas foram imunizadas de maneira irregular no país

AFP

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O reitor e dois vice-reitores da universidade encarregada do teste de uma vacina chinesa contra a Covid-19 no Peru renunciaram, na quarta-feira (17), em meio a um escândalo de imunizações irregulares - informou a instituição.

O reitor da Universidade Peruana Cayetano Heredia, Luis Varela, e os vice-reitores José Espinoza e Alejandro Bussalleu entregaram o cargo depois que seus nomes apareceram na lista de 487 pessoas, incluindo o ex-presidente Martín Vizcarra, que foram imunizadas de forma irregular com a vacina chinesa da Sinopharm, relatou o governo.

Em sua carta de demissão, Varela escreveu que renuncia, devido "à situação gerada com a administração do lote de vacinas adicionais da Sinopharm", um escândalo de corrupção batizado pela imprensa peruana de "Vacunagate".

Horas antes, a mesma instituição havia afastado do cargo de pesquisador principal do teste da vacina o médico Germán Málaga. "Em sua sessão extraordinária de quarta-feira, dia 17 de fevereiro de 2021, decidiu-se suspender o dr. Germán Málaga Rodríguez de suas funções", afirmou a universidade privada em um comunicado.

Na segunda-feira, o presidente peruano, Francisco Sagasti, revelou que 487 pessoas foram vacinadas de forma irregular, incluindo duas ministras e outros funcionários. Ontem, Sagasti declarou que, de seu governo, iniciado em 17 de novembro, 16 funcionários se imunizaram de modo irregular.

"Do meu governo, são apenas 16 pessoas (...). Um bom número [de vacinados] são pessoas que estiveram nos governos anteriores", disse Sagasti, em entrevista à rede CNN em Espanhol. "A Justiça ajustará contas com quem tiver que ajustá-las", acrescentou. O escândalo derrubou a chanceler, Elizabeth Astete, e a ministra da Saúde, Pilar Mazzetti.

A vacina da Sinopharm recebeu sinal verde em 31 de dezembro passado, e a campanha nacional de imunização começou em 9 de fevereiro. Sagasti foi vacinado no primeiro dia, publicamente, para estimular a população a fazer o mesmo. O Peru dispõe, até o momento, de um milhão de doses da Sinopharm, dirigidas inicialmente aos profissionais de saúde. 


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