Senadora opositora reivindica Presidência da Bolívia após renúncia

Senadora opositora reivindica Presidência da Bolívia após renúncia

Sucessores diretos previstos na Constituição também deixaram seus cargos

AFP

Denúncia de irregularidades nas eleições provocou renúncia em massa do governo

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A senadora da oposição Jeanine Añez, segunda vice-presidente da Câmara dos Senadores, revindicou nesse domingo o direito de assumir a Presidência da Bolívia, após existir um vácuo de poder pelas renúncias do presidente Evo Morales e outras autoridades da cadeia de sucessão constitucional.

A Constituição boliviana prevê que o sucessor do presidente é o vice-presidente ou na falta deles, os titulares de senadores ou deputados por ordem de prelação. Hoje todos eles renunciaram aos seus cargos. O primeiro vice-presidente do Senado, Rubén Medinacelli, das fileiras da situação, também renunciou, de forma que Añez crê que lhe corresponde assumir o cargo vago deixado com a renúncia de Morales.

"Estou na segunda vice-presidência e na ordem constitucional me corresponderia assumir este desafio (da presidência) com o único objetivo de convocar novas eleições", disse Añez, entrevistada pela emissora de TV privada Unitel.

Morales demitiu-se do cargo neste domingo, pressionado por militares, policiais e comitês civis que exigiram que deixasse o cargo que ocupava desde 2006, a fim de pacificar o país. Seguiram-no seu vice, Alvaro García, e os presidentes Adriana Salvatierra (Senado) e Víctor Borda (Deputados), que formam a cadeia de sucessão constitucional, ante a saída do primeiro mandatário, segundo a Carta Magna.

Um governo de transição, insistiu Añez, será para renovar o Tribunal Supremo Eleitoral e convocar eleições, em um prazo de 90 dias, segundo a Constituição. A senadora também defendeu a convocação de sessões do Congresso bicameral, o mais rapidamente possível, "para considerar a renúncia dos primeiros mandatários". También se necessita - de forma prévia - uma sessão de senadores para elegê-la no cargo de presidente.

Para isso, Añez deverá obter um "consenso dos movimentos cívicos" que pediram nas ruas a renúncia de Morales. A sorte do ex-mandatário foi definida com a solicitação de militares e de policiais amotinados para que deixasse o cargo. Morales e grande parte de seu governo renunciaram neste domingo, após um relatório da auditoria da OEA que apontou irregularidades nas eleições de domingo, 20 de outubro.


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