Supremo dos EUA autoriza restrições de asilo promovidas por Trump

Supremo dos EUA autoriza restrições de asilo promovidas por Trump

Medida impede candidatura de ingresso ao país para maioria dos migrantes centro-americanos

AFP

Trump comemorou o que classificou como "grande vitória" na Corte

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A Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou na última quarta-feira a entrada em vigor das restrições de asilo impulsionadas pelo governo do presidente Donald Trump, impedindo que a maior parte dos migrantes centro-americanos se candidatem a entrar no país.

A mais alta instância judicial americana suspendeu uma decisão de uma corte distrital, que dois dias antes havia bloqueado as restrições que exigem dos migrantes que buscam asilo nos Estados Unidos apresentar o pedido em um país ao longo de sua rota de travessia rumo ao território americano.

A juíza Sonia Sotomayor, discordando da decisão da Suprema Corte, escreveu que: "Mais uma vez, o Poder Executivo emitiu uma regra que busca reverter práticas de longa data em relação aos refugiados que buscam abrigo contra perseguição".
 

 


Através do Twitter, Trump elogiou a decisão, escrevendo: "GRANDE VITÓRIA na Suprema Corte dos Estados Unidos sobre o asilo na fronteira!". A decisão "ajuda grandemente a construir sobre o progresso obtido no enfrentamento da crise na nossa fronteira sul e, em última instância, tornará as nossas comunidades mais seguras", declarou o secretário adjunto de imprensa da Casa Branca, Hogan Gidley.

Lee Gelernt, advogado da poderosa União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), declarou que a batalha legal em torno das restrições de asilo está apenas começando. "Isto é apenas temporário e esperamos prevalecer no final" porque "as vidas de milhares de famílias estão em jogo".

Legisladores democratas também lamentaram a decisão. "Vidas serão perdidas. Esta decisão fará com que aqueles que fogem do medo e da perseguição sejam rejeitados e só ampliará a crise humanitária na região", advertiram em um comunicado Jerrold Nadler, presidente do Comitê Judicial da Câmara, e Zoe Lofgren, que lidera o subcomitê de imigração e cidadania.

O titular do Comitê de Relações Exteriores, Eliot Engel, considerou que "para muitos refugiados isto é uma questão de vida ou morte". A política de restrições está entre uma série de medidas tomadas por Trump e suas intenções de deter o fluxo de migrantes centro-americanos que tentam chegar aos Estados Unidos cruzando o México e que pedem asilo na fronteira entre os dois países.

O Pentágono anunciou na terça-feira que manterá no próximo ano até 5.500 soldados posicionados ao longo da fronteira sul dos Estados Unidos para combater a imigração ilegal. Também divulgou que vai liberar 3,6 bilhões de dólares para a construção de um muro anti-imigração na fronteira, obra prometida por Trump durante sua campanha e que, segundo afirmou à época, seria custeada pelo México.

A utilização dessa verba do Pentágono para a construção do muro foi justificada sob a controversa declaração de emergência emitida por Trump logo depois do congresso negar a autorização de uso de um fundo especial para a obra.

 


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