Terremoto de 5,1 graus abala central nuclear no Irã

Terremoto de 5,1 graus abala central nuclear no Irã

Tremor da madrugada desta sexta-feira foi sentido em toda região

AFP

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Um terremoto de 5,1 graus de magnitude sacudiu nesta sexta-feira a região sudoeste do Irã, onde se encontra a central nuclear de Bouchehr, na região costeira, informou o instituto geológico dos EUA (USGS).

O tremor foi sentido em toda a região em torno da cidade de Kalameh, 45 km de Bushehr, e ocorreu por volta das 05h23 local (02h53 Brasília). Até o momento não há informações sobre vítimas e danos materiais, segundo a agência de notícias ISNA.

A agência sismológica iraniana relatou em seu site uma magnitude de 4,9 com uma profundidade de 10 km. O terremoto foi sentido às 5h23 locais (22h53 de quinta-feira no horário de Brasília) na área rural da cidade de Kalameh e não foram constatados danos imediatos, informou a agência Isna, citando uma autoridade iraniana.

"Com base na avaliação do Crescente Vermelho e das autoridades regionais, ainda não fomos informados de danos", disse o diretor da célula de crise da província, Jahangir Dehghani. "A estrada que liga as cidades de Ahram e Kalameh foi cortada devido a deslizamentos de terra", acrescentou posteriormente.

Edifícios em cidades e vilarejos vizinhos "tiveram suas paredes fissuradas, mas nada desmoronou", disse Dehghani. Fotos fornecidas por agências de notícias locais mostram escavadeiras limpando estradas e danos causados nas paredes de um castelo em Bushehr. A central de Bushehr, que produz 1.000 megawatts, foi construída pela Rússia após anos de atraso e foi entregue oficialmente em setembro de 2013.

Em 2016, companhias russas e iranianas começaram a construir mais dois reatores de 1.000 megawatts em Bushehr. A construção deve levar 10 anos. Os países do Golfo vizinhos do Irã expressaram repetidamente seus temores sobre a vulnerabilidade da usina de Bushehr, citando em particular o risco de vazamentos radioativos no caso de um grande terremoto.

A República Islâmica quer construir 20 usinas nucleares a longo prazo, a fim de diversificar seus recursos energéticos para ser menos dependente dos combustíveis fósseis. Seu programa nuclear está no centro de uma disputa com os Estados Unidos, que acusa o Irã de querer adquirir a bomba atômica, o que Teerã nega categoricamente.

As tensões entre os dois países se intensificaram desde a retirada unilateral, em maio de 2018, do presidente americano Donald Trump do acordo nuclear internacional iraniano, seguido pelo restabelecimento de duras sanções econômicas contra Teerã.

Concluído em 2015 entre Irã, Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, o acordo permitiu o levantamento de parte das sanções contra Teerã em troca do compromisso iraniano de não adquirir armas nucleares. Nos últimos meses, o Irã parou de honrar alguns de seus compromissos assumidos sob o acordo em resposta às sanções americanas.

Localizado nas fronteiras de várias placas tectônicas e atravessado por várias falhas, o Irã é uma área de forte atividade sísmica. O último grande terremoto data de novembro de 2017: um terremoto de magnitude 7,3 na província de Kermanshah (oeste) que matou 620 pessoas.

Em 2003, um terremoto de magnitude 6,6 na província de Kerman, no sudeste do Irã, devastou a cidade antiga de Bam e matou pelo menos 31.000 pessoas. O terremoto mais mortal nos últimos 30 anos, de magnitude 7,4, deixou 40.000 mortos e meio milhão de pessoas desabrigadas no norte do país em 1990.


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