Testemunha confortou brasileira antes de ela morrer em acidente de trem

Testemunha confortou brasileira antes de ela morrer em acidente de trem

Enquanto pessoas fugiam da estação, Rahman Perkins voltou para ajudar

Agência Brasil

Segundo as autoridades de Nova Jersey, 114 pessoas ficaram feridas e apenas a brasileira morreu no acidente

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Em entrevista nesta sexta-feira ao programa “Good Morning, America”, da rede de televisão ABC News, uma pessoa que testemunhou a colisão do trem na estação Hoboken, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, contou que tentou confortar a brasileira Fabíola Bittar de Kroon, momentos antes de ela morrer. Fabíola estava em uma das plataformas da estação e foi a única pessoa que morreu em consequência da colisão do veículo em uma das paredes da estação. O número de feridos chega a 114, segundo as autoridades.

Na entrevista, Rahman Perkins contou que percebeu que Fabíola estava prestes a morrer e se dirigiu a ela com as seguintes palavras: "Senhora, eu não vou abandoná-la. Se você morrer, não vai morrer sozinha, estarei com você". O programa “Good Morning, America” tem uma das maiores audiências dos Estados Unidos.

Rahman Perkins disse ainda que, no momento do acidente, por causa dos destroços que voavam pelo ar, as pessoas – dentro e fora da estação – corriam em pânico procurando um lugar seguro. "Quando todo mundo começou a correr para fora, eu comecei a correr para dentro", disse Perkins ao programa. Ele conta que decidiu socorrer as pessoas porque aprendeu com os pais, desde pequeno, a ajudar os outros. "Meus pais ensinaram a nós, filhos, a sermos bravos", acrescentou

Segurança

O acidente está provocando inúmeras críticas ao sistema de segurança de trens nos Estados Unidos. Segundo a imprensa norte-americana, a empresa de trem não instalou um equipamento de segurança recomendado pelo órgão da rede ferroviária federal, que é subordinado do Departamento de Transporte dos Estados Unidos.

Trata-se de um software chamado Controle Positivo de Trens, que permite desacelerar automaticamente a locomotiva, evitando assim acidentes provocados por erro humano. O Comitê de Segurança Nacional de Transporte dos Estados Unidos investiga o acidente.

O maquinista do trem está internado e é considerado uma testemunha chave a ser ouvida nas investigações. O equipamento de segurança deveria ter sido instalado até dezembro de 2015, conforme estabelecido pelas autoridades. No entanto, as empresas do setor reclamaram do prazo que consideraram “curto e arbitrário”.

Por isso, o Congresso dos Estados Unidos atendeu ao pedido das empresas e estendeu o prazo para o final de 2018. Essa prorrogação foi criticada pelo senador democrata Richard Blumenthal, na época. Após a aprovação do novo prazo, Blumenthal disse que a prorrogação foi muito grande e que poderia provocar acidentes e mortes.

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