Tornado em Cuba deixa quatro mortos e 195 feridos
Fenômeno provocou série de danos no país
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"Estamos percorrendo os locais afetados pelo fenômeno atmosférico de grande intensidade em Regla (município de Havana). Os danos são severos. Até o momento lamentamos a perda de três vidas humanas, e 172 feridos recebem atendimento. Várias brigadas trabalhando no restabelecimento", escreveu o presidente no Twitter.
Estamos recorriendo lugares afectados por fenómeno atmosférico de gran intensidad en Regla. Los daños son severos, hasta el momento lamentamos la pérdida de 3 vidas humanas y se atienden 172 heridos. Varias brigadas trabajando ya en el restablecimiento #SomosCuba pic.twitter.com/mPo9yAnaZy — Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) 28 de janeiro de 2019
Um pouco antes, o portal oficial de Cuba informava que "Havana sofreu o impacto de um grande tornado que deixou vários danos humanos e materiais em vários povoados da cidade". Essas localidades permaneceram às escuras por várias horas. "A força dos ventos do tornado pode ser comparada com a de um furacão de categoria 4, ou 5, embora seu impacto esteja mais concentrado", acrescentou o portal.
Na capital, repórteres da AFP observaram várias ruas do bairro Luyanó, no Município 10 de Octubre, cheias de escombros. Algumas partes de varandas de edifícios cederam, enquanto postes e árvores caídos interrompiam as vias. O Hospital Materno Infantil Filhas da Galícia estava sendo esvaziado por danos em suas instalações, constatou um jornalista da AFP. O soar das sirenes na cidade era constante, com bombeiros e ambulâncias, deslocando-se em trabalhos de resgate. Outros bairros afetados na capital foram Santos Suárez, Vía Blanca e Chibás.
"Forte tornado em Havana. Me pegou na rua, no carro, com minha mulher e meus filhos. E tive que ir desviando de árvores derrubadas, inundações e fortes ventos. Até que consegui chegar em casa. Passamos um grande susto", contou o ator Luis Silva, "Pánfilo", que encontrou Barack Obama em sua visita à ilha em 2016.
“Som de um avião”
O tornado se deu em meio a uma esperada tempestade que já afetava a zona Oeste de Cuba, com rajadas de até 100 quilômetros por hora e penetração do mar. A tormenta se prolongava na madrugada da segunda-feira. O especialista do Instituto de Meteorologia (Insmet), Armando Caymares, disse à imprensa oficial que "as pessoas sentiram como o som de um avião de propulsão a jato e mudanças na pressão ambiental".
Pelas redes sociais, cidadãos compartilhavam imagens de ruas inundadas, de veículos revirados e lançados contra muros, ou atingidos por postes. Tudo isso em meio à penumbra. Em vários bairros, a energia já havia sido cortada antecipadamente por precaução, mas ia sendo reposta à medida que as condições melhoravam.
Os especialistas em meteorologia explicaram que este fenômeno resultou de uma baixa extratropical que desceu do Sudeste do golfo do México e entrou pelo Oeste da ilha. As zonas do Oeste de Cuba afetadas são as províncias de Pinar del Rio, Artemisa e Mayabeque.
A tempestade avançava para o centro do país, mas com menor intensidade, segundo especialistas. De acordo com o Insmet, a passagem de tornados pela capital cubana não é um fenômeno cotidiano. Um dos mais lembrados é o de 26 de dezembro de 1940, que atingiu a localidade de Bejucal. Em 2017, o poderoso furacão Irma castigou 12 das 15 províncias cubanas, deixando perdas de 13,185 bilhões de dólares, com danos em moradias, instalações de saúde, escolas, hotéis, redes elétricas e cultivos.