Três manifestantes morrem em novos protestos no Iraque

Três manifestantes morrem em novos protestos no Iraque

Protestos ficaram eclipsados nas últimas semanas pelas fortes tensões entre Irã e Estados Unidos

AFP

Desde outubro, manifestantes exigem uma renovação do sistema político

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Três manifestantes foram mortos e dezenas ficaram feridos em Bagdá, em novos confrontos com as forças de segurança, perto de expirar o prazo dado ao governo para das respostas às reivindicações do movimento de protesto. Este movimento, que exige desde o começo de outubro uma renovação do sistema político, ficou eclipsado nas últimas semanas pelas fortes tensões entre Irã e Estados Unidos, os dois principais provedores de Bagdá.

Para evitar que as mobilizações perdessem força, os manifestantes enviaram um ultimato ao governo na semana passada para responder às suas demandas, entre elas, um pedido de eleições antecipadas. Desde domingo, na véspera do prazo, jovens manifestantes em Bagdá e no sul do Iraque começaram a bloquear estradas e pontes com pneus em chamas.

Nesta segunda-feira, eles retomara sua ação na capital: jovens usando capacete e máscaras de gás ergueram barricadas de metal na tentativa de repelir a polícia. Centenas de manifestantes, alguns acenando a bandeira do Iraque, se reuniram na praça Tayaran, perto da praça Tahrir, o coração dos protestos em Bagdá. Confrontos com as forças de segurança, que usavam cartuchos de gás lacrimogêneo e munição real para dispersá-los, eclodiram.

Três manifestantes foram mortos, segundo médicos informaram à AFP. Dois deles baleados e o terceiro atingido por uma granada de gás lacrimogêneo que perfurou seu pescoço. Cinquenta pessoas ficaram feridas, 44 manifestantes e seis policiais, segundo os médicos.

Além da antecipação das eleições, os manifestantes pedem uma reforma da lei eleitoral, a nomeação de um primeiro ministro independente e o fim da corrupção, que engoliu o equivalente a duas vezes o PIB do Iraque em 16 anos. Eles também demandam o fim do sistema político de distribuição de cargos baseada em etnias e confissões. "A procrastinação demonstrada pelo governo e pela classe política por mais de três meses nos leva a tomar medidas adicionais", disse à AFP Mohammad Faeq, manifestante de 28 anos. "A escalada continuará até o cumprimento de nossos pedidos". Desde outubro, cerca de 460 pessoas perderam a vida em atos violentos ligados à repressão de manifestações e 25 mil ficaram feridas, segundo uma contagem da AFP compilada a partir de fontes médicas e de segurança.


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