Tribunal dos EUA ordena corte das cordas vocais de cães que "latem demais"
Sentença ocorreu após processo movido por vizinhos que reclamavam dos choros incessantes dos animais
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O caso começou em 2002, quando Karen Szewc e John Updegraff adotaram dois cães da raça Mastim tibetano. Os vizinhos Debra e Dale Krein reclamaram do latido dos pets, que passavam longos períodos sozinhos na residência, enquanto os donos estavam fora.
Em 2004 e 2005, o Condado de Jackson notificou Karen por violar uma disposição do código penal regional sobre incômodos públicos. A alegação é que ela havia "permitido que dois de seus cães latissem com frequência e longamente", de acordo com documentos do tribunal.
"Os cães são meus 'funcionários'", disse Karen ao jornal local Oregonian. "Nós não temos cachorros para assediar os vizinhos. Temos para proteger nossas ovelhas", acrescentou a fazendeira.
Os Kreins argumentam que os cães começam a latir às cinco da manhã e chegaram a gravar o barulho para usar como prova no trâmite judicial. Em abril de 2015, um júri acompanhou os vizinhos e ordenou que Karen e John pagassem US$ 238 mil (aproximadamente R$ 750 mil) em danos. Também em resposta ao processo, o juiz Timothy Gerking ordenou que o casal tirasse as cordas vocais dos pets, já que eles não os impediram de latir usando outros meios, como coleiras de choque.
Nesta quarta-feira, uma bancada de três juízes do Tribunal de Apelações de Oregon, composto por Joel DeVore, Chris Garrett e Bronson James, confirmou essa decisão.
O processo de 'desvocalização' retira parte das cordas vocais para diminuir o volume do latido ou, em casos mais extremos, eliminar qualquer emissão de som. Diferentemente de Oregon, a prática é proibida em outros seis Estados norte-americanos e condenada por muitas organizações de proteção animal.