Trump diz que "poderia ter demitido todo mundo" em investigação da trama russa

Trump diz que "poderia ter demitido todo mundo" em investigação da trama russa

Relatório de Robert Mueller sobre interferência da Rússia foi finalmente divulgado nesta quinta-feira

AFP

"Eu tinha o poder de acabar com toda essa caça às bruxas se quisesse", afirmou o presidente

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu-se nesta quinta-feira das revelações de que teria tentado destituir o procurador especial que investiga a trama russa, Robert Mueller, afirmando que tinha o direito de demitir todos os envolvidos. "Eu tinha o poder de acabar com toda essa caça às bruxas se quisesse. Eu poderia ter demitido todo mundo, mesmo Mueller, se quisesse. Eu escolhi não fazer isso", comentou, a bordo do avião presidencial Air Force One.

De acordo com o relatório de Mueller, em 17 de junho de 2017, quando o escândalo estourou, Trump telefonou para seu assessor Don McGahn e lhe disse que "ligasse para o vice-procurador-geral e que dissesse que o procurador especial tinha conflitos de interesse e deveria ser destituído". Seus próprios advogados se opuseram a essa ideia. O relatório de mais de 400 páginas exonerou o presidente das alegações de que houve conluio entre sua equipe de campanha e a Rússia para influenciar as eleições de 2016 em seu favor, mas evidenciou as pressões de Trump durante a investigação.

O documento foi editado pelo procurador-geral dos EUA, Bill Barr, para proteger as investigações, assim como as fontes. "O informe do procurador especial afirma que a investigação não estabeleceu que membros da campanha conspiraram, ou estiveram em coordenação com o governo russo em suas atividades de interferência nas eleições", disse Barr mais cedo. "Há provas substanciais que mostram que o presidente estava frustrado e irritado com a convicção de que a investigação estava afetando sua presidência, que era promovida por seus opositores e que foi alimentada por vazamentos ilegais", opinou.


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