Trump pede à Suprema Corte que autorize restrições ao processo de refúgio

Trump pede à Suprema Corte que autorize restrições ao processo de refúgio

Seriam processados apenas casos de estrangeiros que tivessem solicitado refúgio em pelo menos um país antes dos EUA e que seu pedido tivesse sido negado

AFP

Donald Trump tenta reeleição com mesmo discurso anti-imigrante que o levou ao poder

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O governo Donald Trump recorreu à Suprema Corte dos Estados Unidos para desbloquear uma nova norma que restringe o direito de refúgio na fronteira com México, a qual havia sido suspendida por um juiz federal. Em uma carta enviada à Suprema Corte na segunda-feira, o representante legal do governo nessa instância, Noel Francisco, argumentou que a suspensão "interfere de forma indevida com a autoridade do Poder Executivo para estabelecer uma política migratória".

Em julho, o juiz federal Jon Tigar, de San Francisco, ordenou ao governo que suspendesse a entrada em vigor da norma, segundo a qual a maioria dos migrantes procedentes do México fosse inelegível para solicitar refúgio. Com esta nova norma sobre o direito de refúgio, Trump buscava processar apenas os casos de estrangeiros que demonstrassem ter solicitado refúgio em pelo menos um país antes dos Estados Unidos e que seu pedido tivesse sido negado em última instância.

O presidente Trump tenta a reeleição com o mesmo discurso anti-imigrante que o levou ao poder.

A decisão do juiz Tigar foi seguida, em 16 de agosto, por um tribunal de apelações do circuito judicial da costa oeste dos Estados Unidos. Para o advogado do governo, "os Estados Unidos experimentaram uma alta sem precedentes no número de estrangeiros que entram de forma ilegal na fronteira sul e que, se são apreendidos, pedem refúgio e permanecem no país enquanto seus processos são resolvidos".

Em julho, 82.000 migrantes foram detidos na fronteira sul dos Estados Unidos, um número que reflete uma queda de 21% em relação ao mês anterior, após um acordo com o governo do México para conter o fluxo. Apesar desta queda, o número de julho continua sendo mais do que o dobro na comparação com o mesmo mês de 2018 e foi registrado durante o verão boreal, quando a quantidade de migrantes normalmente cai. A maioria é composta de famílias de Guatemala, Honduras e El Salvador, que fogem da violência e da pobreza no Triângulo Norte da América Central.

Na segunda-feira, o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, manifestou aos Estados Unidos seu "alarme" com o fato de os acordos firmados por Trump com o México e com a Guatemala para conter a migração irregular terem gerado um fluxo de pessoas adicional em seu território que seu país não tem condições de administrar.


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