Trump volta a discursar após ser contaminado pela Covid-19

Trump volta a discursar após ser contaminado pela Covid-19

Presidente reapareceu na Casa Branca neste sábado

AFP

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, volta neste sábado a discursar em público, pela primeira vez desde que anunciou há oito dias que tinha Covid-19. É uma tentativa de relançar sua campanha e diminuir a desvantagem nas pesquisas contra o candidato democrata, Joe Biden.

Na tentativa de transmitir uma imagem de força, Trump se recusou a participar do debate programado para a próxima semana, depois que os organizadores mudaram para um formato online devido ao coronavírus. A comissão encarregada de organizar os debates anunciou posteriormente o cancelamento do debate do dia 15, havendo apenas um encontro presencial entre os dois antes das eleições, no dia 22 de outubro. 

O cancelamento gerou uma série de acusações do lado republicano. O diretor de comunicação da campanha de Trump, Tim Murtaugh, disse que "não há razão médica para interromper" o debate de 15 de outubro.

Afetado por sua hospitalização de três noites na semana passada, o presidente está empenhado numa tentativa frenética de recuperar o terreno de Biden, que as pesquisas apontam como o favorito.

Na sexta-feira, não parou de fazer campanha afirmando, falsamente, que a Covid-19 já tem uma cura. Também garantiu que os médicos lhe disseram que ele esteve perto de morrer no pior momento de seu tratamento contra o coronavírus, que deixou mais de 213.000 mortos nos Estados Unidos.

Comício na segunda

Trump dará outro passo importante na segunda-feira, realizando um comício em um estado crucial. "Estaremos em Sanford, Flórida, na segunda-feira, para um GRANDE COMÍCIO!", tuitou o presidente.

O retorno à arena pública acontece em meio a dúvidas sobre o estado de saúde de Trump, que os funcionários da Casa Branca se recusam a esclarecer. Depois que o presidente riu de Biden por ter ficado em casa durante a pandemia, foi o democrata quem aproveitou a ausência de Trump esta semana para se lançar nos estados mais indecisos.

Biden visitou o Arizona na quinta-feira e Nevada na sexta-feira. Trump venceu os dois estados em 2016, mas as pesquisas dão ao democrata uma vantagem desta vez.

Em Las Vegas, o ex-vice-presidente criticou Trump: "Sua conduta pessoal imprudente desde o diagnóstico, o efeito desestabilizador que está tendo sobre nosso governo, é inconcebível".

Antes de embarcar em seu avião de campanha, deu um conselho a todos que planejavam comparecer aos eventos públicos de Trump: "Boa sorte. Eu não iria a menos que tivesse uma máscara e houvesse distância".

Na sexta, o presidente concedeu entrevista ao apresentador de rádio conservador Rush Limbaug. Trump afirmou que o coquetel experimental de anticorpos Regeneron que tomou como parte do tratamento terapêutico era "uma cura".

Ainda não existe cura nem vacina aprovadas para o coronavírus. 

Em uma entrevista transmitida na sexta-feira à noite na Fox, disse ainda que estava "livre de medicamentos" e "não tinha problemas para respirar".  Ressaltou ainda que foi testado para a doença novamente, mas que ainda não sabe "os números". Não se sabe quando a entrevista foi gravada. 

Na entrevista com Limbaugh, Trump sugeriu pela primeira vez que esteve perto da morte, se não fosse pelo tratamento.  "Graças a isso, estou falando com você hoje", assegurou após se referir a um amigo seu que morreu de Covid-19.

Biden lidera com folga as pesquisas e tem o apoio das mulheres e idosos, levando analistas a falar com cada vez mais confiança de uma vitória esmagadora do democrata.  A infecção de Trump intensificou as críticas ao presidente por sua atitude e como lidou com a pandemia.


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