União Europeia ameaça bloquear exportações da vacina AstraZeneca por atrasos na distribuição

União Europeia ameaça bloquear exportações da vacina AstraZeneca por atrasos na distribuição

Bloco tem acordo para 100 milhões de ampolas no primeiro trimestre deste ano, mas laboratório, que desenvolveu imunizante com a Universidade de Oxford anunciou que pretende fornecer "doses consideravelmente menores"

Correio do Povo e AFP

Presidente da Comissão Europeia falou em videoconferência no Forum Econômico Mundial, realizado em Davos

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Os laboratórios devem honrar os compromissos assumidos e entregar no prazo as vacinas negociadas contra a Covid-19 - declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta terça-feira, após os anúncios de atrasos na distribuição de doses dentro do bloco. "A Europa investiu bilhões para desenvolver as primeiras vacinas. Agora, as empresas devem manter suas promessas e honrar suas obrigações", afirmou a líder do Executivo europeu, em um discurso por videoconferência no Fórum Econômico Mundial de Davos.

A União Europeia (UE) também ameaçou bloquear as exportações de vacinas contra o coronavírus para países fora do bloco, como a Grã-Bretanha, depois que a AstraZeneca foi acusada de não dar uma explicação satisfatória para um enorme déficit de doses prometidas. Os novos planos de distribuição da empresa farmacêutica foram considerados "inaceitáveis" depois que ela "surpreendentemente" informou a Comissão Europeia na sexta-feira que haveria lacunas significativas no cronograma original.

A expectativa é que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) autorize a vacina até o final desta semana. A UE deve receber doses de 100 milhões no primeiro trimestre deste ano, mas teme-se que seja entregue apenas metade disso. Em uma ligação com o presidente-executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, na segunda-feira, von der Leyen disse que a empresa deve cumprir suas obrigações contratuais. 

O porta-voz de Von der Leyen disse que “Ela deixou claro que espera que a AstraZeneca cumpra as disposições contratuais previstas no acordo de compra antecipada". "A UE investiu quantias significativas na empresa desde o início, precisamente para garantir que a produção aumentasse antes mesmo que a autorização condicional de mercado fosse entregue. Claro, podem surgir problemas de produção com a vacina complexa, mas esperamos que a empresa encontre soluções e explore todas as flexibilidades possíveis para entregar rapidamente”, completou.

A comissária de saúde da UE, Stella Kyriakides, fez uma declaração sobre a reunião para expressar sua frustração com o comportamento da empresa, alertando que as respostas fornecidas até agora não foram satisfatórias. "A União Europeia tomará todas as medidas necessárias para proteger seus cidadãos", escreveu em um comunicadoEla disse que o anúncio da empresa de que pretende fornecer "doses consideravelmente menores" do que o combinado "não é aceitável", destacando que o bloco "pré-financiou o desenvolvimento e a produção da vacina e quer ver o retorno".


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