União Europeia cria lista com sanções para cibercriminosos

União Europeia cria lista com sanções para cibercriminosos

Documento prevê proibição de entrada em países do bloco e bloqueio de bens

AFP

Personalidades próximas a Vladmir Putin estão entre 164 russos e ucranianos que integram lista

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A União Europeia decidiu nesta sexta-feira criar uma lista negra para punir os responsáveis por ataques cibernéticos de fora da UE - informou o Conselho de Ministros do bloco em um comunicado. "As medidas restritivas incluem a proibição de viajar para a UE e o congelamento de bens. Além disso, as pessoas e entidades da UE estão proibidas de disponibilizar fundos para indivíduos e entidades inscritas nesta lista", aponta o comunicado.

O objetivo deste regime de sanções é acabar com o sentimento de impunidade dos organizadores de tais ataques com efeitos econômicos por vezes devastadores. "Pela primeira vez, a UE poderá impor sanções a pessoas, ou entidades responsáveis por ataques cibernéticos, ou tentativas de ataque cibernético, que forneçam apoio financeiro, técnico ou material para ataques cibernéticos ou estejam envolvidos em ciberataques", ressalta a instituição.

"As sanções também poderão ser impostas a pessoas, ou entidades associadas a elas", acrescenta o texto. A União Europeia criou várias listas negras, ferramentas usadas a serviço de sua política externa. Várias personalidades próximas do presidente russo, Vladimir Putin, estão entre os 164 russos e ucranianos nessa lista criada pela UE após a anexação da península da Crimeia pela Rússia. As sanções são as mesmas que as previstas para os cibercriminosos.

A União Europeia quer punir os ciberataques "que têm efeitos significativos" e que "se originam, ou são realizados fora da UE; ou usam infraestrutura localizada fora da UE; ou são realizados por pessoas, ou entidades estabelecidas, ou agindo fora da UE; ou são realizadas com o apoio de pessoas, ou de entidades que atuam fora da UE", segundo o comunicado.

"Nossa mensagem aos governos, regimes e gangues criminosas que estão se preparando para realizar ciberataques é clara: a comunidade internacional tomará todas as medidas necessárias para preservar o estado de direito e as regras do sistema internacional que tornam nossas sociedades seguras", reagiu o secretário do Foreign Office, Jeremy Hunt, em um comunicado.

A UE não citou um país em particular, mas os europeus denunciaram em várias ocasiões ataques que partiram da Rússia, da China, da Coreia do Norte e do Irã. A Inteligência holandesa anunciou que, em abril de 2018, expulsou quatro agentes russos que estavam planejando um ataque cibernético à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), baseada em Haia.


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