União Europeia prolonga por um ano sanções contra Venezuela
Bloco impôs o primeiro embargo de armas ao país governado por Nicolás Maduro
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Os países confirmam assim as palavras da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, que dias atrás reiterou que o bloco não pretende "suavizar sua posição", apesar de estudar a criação de um "grupo de contato para facilitar" uma solução política para a crise que atinge a Venezuela.
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A UE impôs no ano passado sanções contra a Venezuela, um país mergulhado em uma crise política, econômica e humanitária, por minar, em sua opinião, a democracia, o Estado de direito e os direitos humanos. Em 13 de novembro de 2017, o bloco adotou seu regime geral de sanções contra o país latino-americano e impôs um primeiro embargo de armas, bem como de material que poderia ser usado para a repressão interna.
A eleição de uma Assembleia Constituinte, que não é reconhecida pela oposição venezuelana e nem pela comunidade internacional, foi o ponto de virada para a UE, juntamente com os quatro meses de protestos entre abril e julho de 2017 que deixaram cerca de 125 mortos. Diante da deterioração da situação no país, em 22 de janeiro, os europeus decidiram sancionar sete autoridades do primeiro escalão, incluindo Diosdado Cabello, número dois do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
A UE impôs a Cabello o congelamento de bens e a proibição de viajar para o bloco, assim como o restante dos sancionados, como o ministro do Interior, os presidentes do poder eleitoral e do Supremo Tribunal de Justiça, entre outros.
Após as eleições presidenciais de 20 de maio, em que Maduro foi reeleito, mas que foram boicotadas pelos principais partidos da oposição, os europeus ampliaram sua "lista negra" para outros 11 altos funcionários, incluindo Delcy Rodríguez. A inclusão da vice-presidente representa a posição mais alta sancionada por uma UE que evita punir diretamente o presidente venezuelano para não quebrar as pontes de comunicação com o governo deste país, mergulhado em uma crise profunda.
Cerca de 1,9 milhão de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015, fugindo da crise econômica e política que o país atravessa, segundo a ONU. Cerca de 5 mil cidadãos deixam o país diariamente, no maior movimento populacional da história recente da América Latina.