Venezuela registra 84% dos casos de sarampo das Américas
Foram registradas 1.685 casos da doença em 11 países da região
publicidade
Desde que foi confirmado o primeiro caso do vírus, em meados de 2017, na Venezuela "foram reportadas 35 mortes, 33 das quais correspondem ao estado de Delta Amacuro (leste)", destaca o relatório de 8 de junho. Os casos de sarampo na Venezuela neste ano dobram os que ocorreram no país em 2017, quando foram reportados 727. O surto foi confirmado em 17 dos 23 estados do país caribenho e na capital.
Nos países fronteiriços com a Venezuela, Brasil e Colômbia, e em outros próximos como Equador, boa parte dos contagiados são venezuelanos. Brasil é o segundo país da região com mais casos de sarampo confirmados pela Opas (114). Em Roraima, na fronteira com a Venezuela, foram registrados 84 casos, dos quais 58 em venezuelanos (69% do total). Na Colômbia, foram confirmados 26 casos da doença, dos quais 17 foram "importados da Venezuela" (65%).
Além disso, "sete casos são de transmissão secundária em pessoas procedentes da Venezuela e residentes na Colômbia há mais de quatro meses", acrescenta o relatório. Dos 12 casos de sarampo no Equador, 10 são de venezuelanos (83%).
Ante as contínuas importações do vírus, a Opas insta os países a "vacinarem para manter coberturas homogêneas de 95% com a primeira e segunda doses da vacina contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, em todos os municípios". O sarampo, doença viral altamente contagiosa, pode ser prevenido com vacinas, mas a Venezuela, mergulhada em uma crise econômica aguda, apresenta 85% de escassez de medicamentos básicos e até 95% de alguns fármacos para tratar condições crônicas, segundo a Federação Farmacêutica. Em 6 de abril, o governo empreendeu um plano de vacinação contra 14 doenças, entre elas sarampo, tuberculose e difteria.