Votação sobre Hong Kong no Congresso americano revolta na China

Votação sobre Hong Kong no Congresso americano revolta na China

Legisladores impediram chefe do Executivo de discursar no Parlamento

AFP

China continental pede fim de interferência dos EUA em assuntos de Hong Kong

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O governo em Pequim manifestou nesta quarta-feira sua "forte indignação" com a lei aprovada na Câmara de Representantes dos Estados Unidos sobre a situação dos direitos humanos em Hong Kong, território semiautônomo chinês sacudido por protestos. "Expressamos nossa forte indignação e firme oposição" a esta lei, disse o porta-voz da chancelaria, Geng Shuang.

"Apelamos aos Estados Unidos para que cessem sua interferência nos assuntos de Hong Kong e da China". A Câmara de Representantes em Washington aprovou na terça-feira uma "lei sobre os Direitos Humanos e a Democracia em Hong Kong", que ameaça suspender o status econômico especial concedido pelos EUA a esta ex-colônia britânica.

O texto, que ainda deve ser discutido no Senado, condiciona a permanência do status especial à uma revisão anual a ser realizada pelo departamento de Estado. A legislação também prevê a adoção de sanções contra qualquer funcionário que atropele "as liberdades fundamentais" em Hong Kong.

Geng afirmou que a tramitação da lei e sua eventual entrada em vigor provocará "medidas enérgicas" por parte da China. "Os Estados Unidos têm importantes interesses em Hong Kong. Se este projeto de lei for aprovado finalmente, não apenas prejudicará os interesses chineses e as relações sino-americanas, mas também prejudicará os interesses" dos EUA, destacou Geng. "O problema atual em Hong Kong não são os apelos por direitos humanos ou democracia, e sim acabar com a violência e restaurar a ordem e o estado de direito o mais cedo possível".

Discurso cancelado

A chefe do poder Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, cancelou nesta quarta-feira um importante discurso que faria no Parlamento local, em meio a vaias e gritos de legisladores da oposição. Lam pretendia apaziguar os ânimos após quatro meses de protestos, mas as vaias e os gritos a obrigaram a cancelar o discurso, e finalmente teve que abandonar o Parlamento acompanhada de auxiliares.


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