Yoko Ono pede controle de armas no 40º aniversário do assassinato de John Lennon

Yoko Ono pede controle de armas no 40º aniversário do assassinato de John Lennon

Viúva e filhos do cantor, além de ex-Beatles, homenagearam o artista

AFP

"A morte de um ente querido é uma experiência que deixa uma forte marca", tuitou a artista

publicidade

A viúva de John Lennon, Yoko Ono, aproveitou nesta terça-feira o 40º aniversário do assassinato do músico lendário para pedir um maior controle das armas, em meio a homenagens emocionadas ao artista em Nova Iorque.

No meio da manhã desta terça, um santuário com flores, fotos e uma pequena árvore já haviam sido deixados sobre o mosaico "Imagine" localizado no memorial ao artista no gigantesco Central Park de Nova Iorque. Ono aproveitou a data para fazer um chamado de consciência e exigir mudanças na legislação sobre armas.

Ono, que presenciou o assassinato do marido de perto, também postou uma imagem dos óculos destruídos e ensanguentados de Lennon, com a seguinte legenda: "Mais de 1.436.000 pessoas morreram por armas de fogo nos Estados Unidos desde que John Lennon foi assassinado a tiros em 8 de dezembro de 1980".

Em seu tuíte para relembrar a morte do esposo, Ono incluiu várias hashtags, como #guncontrol (controle de armas) e #end gun violence (fim da violência com armas). Também identificou a National Rifle Association (NRA), a poderosa organização que defende há décadas a eliminação do controle sobre a posse de armas de fogo.

"A morte de um ente querido é uma experiência que deixa uma forte marca", tuitou a artista de 87 anos, que ainda vive no edifício Dakota, em Manhattan, às portas do qual Lennon foi vítima de um disparo.

Foto: Timothy A. Clary / AFP / CP

Um vazio enorme

Não foi apenas a viúva que expressou seu pesar, mas também seus filhos Julian e Sean. "Depois de 40 anos, Sean, Julian e eu ainda sentimos saudades dele. 'Imagine all the people living life in peace'", acrescentou, citando um verso da canção "Imagine", de 1971, que escreveu junto com Lennon e que se tornou o single mais vendido da carreira solo do ex-Beatle.

Julian, de 57 anos, o filho mais velho de Lennon, prestou homenagem ao pai, postando uma foto no Twitter, com a mensagem "As Time Goes By..." (Com o passar do tempo, canção do filme Casablanca).

Sean, de 45 anos, postou uma linda foto de família.

Seus ex-companheiros dos "Fab Four" (os fabulosos quatro), como os Beatles eram conhecidos, também expressaram seus sentimentos pela data: "Um dia triste, triste mas lembrando do meu amigo John com a grande alegria que ele trouxe ao mundo", publicou o músico Paul McCartney, com quem assinou a maioria dos maiores sucessos dos Beatles.

O ex-baterista dos "gênios de Liverpool", Ringo Starr, pediu nas redes sociais que todas as rádios do mundo tocassem "Strawberry Fields Forever" em algum momento desta terça-feira.

Letras ainda vigentes

No memorial do Central Park, os fãs de Lennon cantaram e dançaram enquanto um guitarrista dedilhava melodias que incluíam "Norwegian Wood" dos Beatles. Tepper Saffren, que se autodenomina "Sargento Tepper" e regularmente vai para o canto do parque para cantar versões dos Beatles, disse à AFP que o poder das letras de Lennon ainda tem muita força no mundo hoje.

"Quando você toca qualquer música dos Beatles, todos encontram algo que podem tirar vantagem", disse o jovem de 28 anos. "E geralmente é uma sensação boa, ou pelo menos uma sensação bonita", disse ele. Quando você interpreta essas músicas no memorial, "é como se você fosse o centro dessa bondade e alegria, porque na verdade você está apenas canalizando John", destacou o músico.

"Ele escreveu canções que são muito significativas e aplicáveis aos dias de hoje", disse Clara Tello, uma peruana de 39 anos que se aventurou a Nova Iorque vinda da capital dos Estados Unidos, Washington, para homenagear o artista nesta data, pelo oitavo ano consecutivo.

Tragédia comovente

Aos 40 anos, Lennon voltou a escrever canções - após um hiato de cinco anos para criar seu filho Sean - antes de ser morto. O casal estava voltando para seu apartamento no famoso Edifício Dakota em frente ao Central Park quando Mark David Chapman, um perturbado fã dos Beatles, atirou em Lennon. "Me diga que não é verdade!" Exclamou Ono, horrorizada.

Lennon foi levado para o hospital no banco de trás de uma viatura policial, uma experiência angustiante que foi detalhada no The New York Daily News no dia seguinte. Os policiais ficaram incrédulos na sala de emergência, dizia o relato, quando "John Lennon, cuja música era conhecida em todo o mundo, tornou-se mais uma pessoa morta depois de ser baleada na ruas de Nova Iorque.

Após o assassinado, Ono se dedicou a preservar a memória de Lennon, financiando a construção do memorial Strawberry Fields em Nova Iorque, um local de peregrinação para ex-fãs dos Beatles de todo o mundo.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895