4º RPMon recebe sete novos cavalos para policiamento em Porto Alegre

4º RPMon recebe sete novos cavalos para policiamento em Porto Alegre

Com bom porte físico e estatura, além de temperamento tranquilo, os animais estão encerrando a primeira semana de adaptação na Capital

Felipe Samuel

Cavalaria sendo reforçada

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O 4º Regimento de Polícia Montada (4º RPMon), da Capital, conta desde a semana passada com o reforço de um time de peso: Zidane, Zico, Zinho, Zacarias, Zulu, Zinco e Zagueiro. Não é escalação de time de futebol, mas os nomes dos novos cavalos que passam a integrar a corporação e substituir outros quatro animais que se "aposentaram" do policiamento. Em processo de adaptação em Porto Alegre desde que chegaram de Itaara, na região Central, onde a Brigada Militar mantém criatório de equinos, o grupo da raça Brasileiro de Hipismo (BH) recebe os primeiros cuidados e nova alimentação.

Com bom porte físico e estatura, além de temperamento tranquilo, os animais estão encerrando a primeira semana de adaptação na sede do regimento, no bairro Partenon. O comandante do 4º RPMon, tenente-coronel José Carlos Pacheco Ferreira, destaca que os equinos são importantes para exercer o policiamento montado em diversas situações, como manifestações e jogos de futebol. "Todos os países de primeiro mundo utilizam policiamento montado", reforça. O oficial comemora a chegada dos novos animais, mas ainda lamenta a perda da égua Justiceira, tombada no dia 26 fevereiro, no estádio Beira Rio, durante jogo da Copa Libertadores.

Entre as vantagens do policiamento ostensivo montado, Pacheco destaca a visibilidade do PM para controlar multidões. "Vamos imaginar um evento como futebol ou uma manifestação. O que 30 homens a pé demorariam para fazer ou teriam certa dificuldade, três policiais montados resolvem a situação", compara. Apesar de sediado na Capital, o regimento recebe pedidos para reforçar o policiamento em diversas ocasiões em municípios da Região Metropolitana e do Interior, como Canoas, Alvorada, Cachoeirinha e Viamão. "Apoiamos no carnaval de Jaguarão, de Pelotas, Cidreira. Onde tiver necessidade de policiamento o pessoal vai", frisa.

Pacheco afirma que 30 policiais devem reforçar a corporação no final do ano. O grupo vai passar por curso básico de policiamento montado, com mais de 210 horas/aula, envolvendo, entre outras coisas, equitação, técnica de policiamento montado, técnica de abordagem a cavalo, medicina veterinária. "Temos excelência de policiamento montado com o 4º RPMon e com todos servidores que são especialistas nessa área", destaca. 

O capitão veterinário Stefano Leite Dau, que trata dos 105 equinos que compõem o 4º RPMon, explica que os novos animais - que vão completar cinco anos no final do ano - precisam passar por período de adaptação principalmente na alimentação. "É quase um mês de ambientação na alimentação aqui no quartel, pois saíram do campo onde têm comida 24 horas, é só baixar a cabeça e comer", observa. No regimento, eles vão ganhar refeições fracionadas e com horários, ao contrário do habitat natural. "Para eles se acostumarem, a gente começa com alfafa, com três refeições por dia, que equivalem em torno de 2% do peso vivo deles, que em média têm 500 quilos. Isso dá entre 5 a 7 quilos de alfafa", afirma. 

Nas semanas seguintes, eles passam a receber ração com aveia. "Isso tudo para o trânsito intestinal deles ir se ambientando. Se trocar de forma abrupta, pode causar cólica, que seria dor de barriga dos cavalos", completa. Ao mesmo tempo em que adquirem novos hábitos alimentares, vão ganhando condição física e se acostumando ao barulho de automóveis e de buzinas nas vias de grande movimento no entorno do quartel. Em novembro já devem reforçar o policiamento nas ruas. "Nossa ideia é trabalhar com dupla de cavalos novos com duplas de cavalos mais antigos, porque o cavalo antigo vai dar segurança para o mais novo", explica. Em média, os animais atuam na linha de frente por 15 anos. "Eles podem atuar de 6h a 8h por dia no policiamento", salienta. 

Sobre o fato de todos os nomes começarem com a letra Z, o capitão Dau explica que a escolha serve para identificar a qual geração pertencem os animais. "É para quem está na fazenda (criatório) ter controle. Todos animais com letra Z estão fechando no final do ano 5 anos", conclui.


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