Ação conjunta da PF com órgão do Paraguai combate clã ligado ao tráfico internacional de drogas
Objetivo é sobretudo descapitalizar organização criminosa de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro
publicidade
A operação conjunta Status da Polícia Federal e da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai foi desencadeada na manhã desta sexta-feira com o objetivo de combater a lavagem de dinheiro de uma organização criminosa de narcotráfico na fronteira entre os dois países. A ação visa ainda a descapitalização patrimonial e prisão das lideranças. O chamado “Clã Garcia Morínigo” conta com um esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de ativos. A coordenação é da Polícia Federal do Mato Grosso do Sul. As investigações duraram em torno de um ano.
Houve o sequestro judicial mais de R$ 230 milhões em patrimônio do tráfico de drogas no Brasil e no Paraguai. No lado brasileiro foram sequestrados e apreendidos 42 imóveis, duas fazendas, 75 veículos, embarcações e aeronaves, cujos valores somados atingem R$ 80 milhões em patrimônio adquirido pelos líderes. No território paraguaio ocorreu o confisco de dez imóveis no valor aproximado de R$ 150 milhões.
No Brasil, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e outros oito mandados de prisão preventiva no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Já no Paraguai foram executados quatro mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão nas cidades de Assunção e Pedro Juan Caballero.
Narcotraficantes adquiriram bens de luxo, como residências, propriedades rurais, lanchas, motos aquáticas e veículos - Foto: Senad / Divulgação / CP
De acordo com a Polícia Federal, o esquema criminoso investigado tinha como ponto principal a lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína, por meio de empresas de “laranjas” ou de fachada, como construtoras, casas de câmbio, administradoras de imóveis, lojas de veículos de luxo, entre outras. A estrutura, especializada na lavagem de grandes volumes de valores ilícitos, também contava com uma rede de doleiros paraguaios e operadores brasileiros estabelecidos em Curitiba, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro.
As investigações apontaram um alto padrão de vida mantida pelos líderes da organização criminosa, com participações em eventos de arrancadas com veículos esportivos de alto valor, contratação de artistas famosos para eventos pessoais e aquisição de bens de luxo, como residências, resorts particulares, propriedades rurais, lanchas, motos aquáticas e veículos.